Vladimir Putin: Iana Zhdanova, com "Kill Putin" ("Mate Putin") escrito sobre o torso nu, atacou a réplica de Putin no Museu Grevin (Byambasuren Byamba-Ochir/AFP)
Da Redação
Publicado em 15 de outubro de 2014 às 14h17.
Paris - Uma ativista ucraniana do grupo feminista Femen, conhecido por usar a tática do topless, foi condenada nesta quarta-feira por uma corte de Paris pela acusação de exibicionismo, após ter atacado uma estátua do presidente russo, Vladimir Putin, em um museu de cera da capital francesa.
Iana Zhdanova, com "Kill Putin" ("Mate Putin") escrito sobre o torso nu, atacou a réplica de Putin no Museu Grevin com uma estaca de madeira, em junho. A ativista, que mora na França há dois anos com o status de refugiada política, riu no tribunal depois que o juiz a ordenou a pagar uma multa de 1.500 euros (1.897 dólares) por vandalismo e um crime chamado "exibição sexual" na França, assim como outros danos a serem pagos ao Museu Grevin.
"Estou rindo porque isso é muito estranho", disse Zhdanova, de 26 anos, já do lado de fora do tribunal. "Estou muito surpresa com essa decisão." A advogada de Zhdanova, Marie Dose, disse ter sido a primeira vez que uma corte francesa condenou uma integrante do Femen por exibição sexual, acrescentando que a decisão seria um precedente que iria restringir a capacidade do grupo protestar. Marie disse que iria recorrer da decisão.
O Femen se especializou em aparições de mulheres com os seios nus com o objetivo de chamar atenção para os direitos das mulheres, sobretudo em países cuja hierarquia é dominada por homens, como a Rússia e aliados da antiga União Soviética, tendo Putin como principal alvo. "Em uma sociedade como a nossa, onde a exposição de mensagens comerciais (sexuais) estão em toda parte, não faz nenhum sentido", disse Dose.
A escultura de cera de Putin tombou durante o ataque e uma parte da cabeça se esfacelou. A peça está desde então em reparos.
Recentemente, um tribunal absolveu nove integrantes do Femen que protagonizaram um protesto com topless dentro da catedral de Notre Dame, em Paris, no ano passado.