Mundo

Ativista de Hong Kong diz ter sido espancado por agentes chineses

Howard Lam, ativista pró-democracia destacado da ex-colônia britânica, foi confrontado por homens diante de uma loja de artigos esportivos

Howard Lam disse que os homens o levaram, interrogaram e até grampearam sua pele 21 vezes por ser "antipatriótico" (Apple Daily/Reuters)

Howard Lam disse que os homens o levaram, interrogaram e até grampearam sua pele 21 vezes por ser "antipatriótico" (Apple Daily/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 11 de agosto de 2017 às 11h34.

Hong Kong - Um membro proeminente do Partido Democrático de Hong Kong disse nesta sexta-feira que foi espancado por agentes da China na cidade controlada por Pequim antes de ser atirado em uma praia, o que ativistas viram como o alerta mais recente ao movimento democrático.

Ele disse ter sido até mesmo alertado por telefone a não entregar uma foto assinada por Lionel Messi, jogador do Barcelona, à viúva do dissidente chinês Liu Xiaobo.

Howard Lam, ativista pró-democracia destacado da ex-colônia britânica, foi confrontado por homens falando mandarim -a norma em Pequim, mas não em Hong Kong, que fala cantonês-- diante de uma loja de artigos esportivos, contou a repórteres.

Lam disse que os homens o levaram, interrogaram e até grampearam sua pele 21 vezes por ser "antipatriótico", uma provação que durou nove horas. Ele foi nocauteado e acordou em uma praia de Sai Kung, bairro remoto de Hong Kong.

A polícia da cidade e o Escritório de Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado da China não estavam disponíveis de imediato para comentar.

O ataque aconteceu em um momento no qual a hostilidade com Pequim vem crescendo e a luta pela democracia plena se torna um tema existencial para a metrópole de 7,3 milhões de habitantes.

Hong Kong se tornou uma "região administrativa especial" da China em 1997, e desde então é governada pela fórmula "um país, dois sistemas", que garante uma série de liberdades indisponíveis na própria China, como o voto direto para metade das 70 cadeiras da Assembleia Legislativa.

Mas ativistas afirmam que estas liberdades passaram a ser ameaçadas pelo que veem como interferência de figurões do Partido Comunista em Pequim.

Acompanhe tudo sobre:ChinaHong KongPolítica

Mais de Mundo

Biden deve ir à posse de Donald Trump nesta segunda-feira?

União Europeia deve traçar 'linhas vermelhas' nas relações com Trump, diz ministro francês

Mais de 200 caminhões de ajuda chegam do Egito no segundo dia de trégua em Gaza

Biden encerra mandato como presidente que concedeu mais perdões da história dos EUA