Militante do Estado Islâmico em Mosul: ao menos 10 projéteis caíram no local naquela manhã antes de atingirem seu alvo (foto/Reuters)
Reuters
Publicado em 10 de março de 2017 às 09h07.
Mosul - Em um hospital de campanha perto da linha de frente da cidade de Mosul, um policial federal do Iraque jaz desconfortável em uma maca, com soro em um braço e curativos no peito devido aos estilhaços de um morteiro que perfuraram seu esterno.
A explosão que feriu Jaafar Kareem, de 23 anos, e dois colegas aconteceu em uma área onde avanços rápidos contra o Estado Islâmico realizados no começo desta semana desaceleraram devido aos disparos de morteiros e à ação de atiradores de elite contras os soldados iraquianos.
Ao menos 10 projéteis caíram no local naquela manhã antes de atingirem seu alvo, segundo Kareem.
"Muitos caras ficaram feridos na mesma área hoje", disse, virando a cabeça cuidadosamente para ver um militar em uma maca próxima ser tratado de um ferimento na perna.
Na quinta-feira a clínica improvisada em uma casa abandonada, administrada por voluntários norte-americanos e médicos militares do Iraque, tratou vários membros das forças de segurança nacional levados às pressas da linha de batalha em ambulâncias ou veículos blindados.
"Já recebemos cerca de 20 pessoas para tratamento (na quinta-feira) - cerca de 70 por cento civis, mas até hoje tem havido mais (baixas) militares", disse Kathy Bequary, diretora do NYC Medics, a organização a cargo da clínica.
As baixas que sua equipe vêm testemunhando ultimamente vão de ferimentos superficiais a pacientes mortos ao chegar, inclusive um soldado com oito buracos de bala no torso, disse.
À medida que as forças iraquianas se embrenham mais a oeste de Mosul para combater militantes do Estado Islâmico, mais resistência encontram, já que os jihadistas estão recorrendo a morteiros e franco-atiradores para tentar conter a ofensiva apoiada pelos Estados Unidos, que tenta expulsá-los de seu último grande bastião no país.
A luta vem cobrando seu preço em mortos e feridos dos soldados, das forças especiais e das unidades policiais do Iraque. Os militares não divulgaram o número de suas próprias baixas.
As táticas do Estado Islâmico, que incluem se abrigar entre a população civil, também têm freado o progresso em certas áreas à medida que os combates se aproximam do centro mais povoado da cidade.
A área onde Kareem e seus colegas foram atingidos não fica a mais do que algumas centenas de metros da linha de frente, onde as forças iraquianas de fato ganharam terreno. Uma rua ampla e importante que leva ao edifício do governorado estava sob controle da Polícia Federal na quinta-feira, disse um correspondente da Reuters que visitava uma unidade de elite do Ministério do Interior.