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Da Redação
Publicado em 22 de novembro de 2013 às 16h48.
Paris - Abelhakim Dekhar, suspeito de ter provocado nos últimos dias vários tiroteios e um breve sequestro em Paris, foi apresentado nesta sexta-feira a um juiz para o início do processo, indicou a promotoria.
Detido na quarta-feira, dois dias depois de seus últimos atos, Dekhar foi apresentado ao magistrado no fim do período máximo de detenção provisória previsto pela legislação francesa.
A promotoria abriu uma investigação contra ele por múltiplas tentativa de assassinato e sequestro.
O ministério público pediu ainda que o suspeito seja mantido preso, decisão que deve ser tomada ainda esta noite.
Segundo diversos veículos de imprensa, Dekhar se negou a depor durante os interrogatórios aos quais foi submetido nas últimas horas em um hospital de Paris, onde foi internado após ser preso.
Ele foi encontrado em estado de semi inconsciência pelo consumo de tranqüilizantes e soníferos.
Assistido por um advogado, ele optou pelo direito de permanecer em silêncio. Só falou com os psicólogos, que perguntaram sobre sua tentativa de suicídio, segundo a televisão "BFMTV".
Dekhar é o principal suspeito de ter ameaçado com uma escopeta um jornalista na sede da emissora "BFMTV" na última sexta-feira e de ter protagonizado dois tiroteios na segunda, um no jornal "Libération", que deixou um fotógrafo gravemente ferido, e outro no banco Société Générale, no bairro financeiro de Defense.
Pesa também sobre ele a acusação de sequestro por ter obrigado, com uma arma, um homem a levá-lo de carro até o centro de Paris, onde a polícia perdeu o rastro dele.
Assim foi até que na quarta-feira um amigo o denunciou depois de reconhecê-lo nas imagens de câmeras de segurança que foram divulgadas pela polícia.
Dekhar foi achado em um carro parado em um estacionamento de uma cidade dos arredores de Paris, em estado de semi inconsciência e com uma carta que dizia suas últimas vontades.
Antes tinha escrito outra a um amigo em que atacava o sistema capitalista, os meios de comunicação e os bancos, que considerava cúmplices de um complô para instaurar o fascismo.
Dekhar, nascido em 1965, já ficou detido quatro anos em prisões francesas pela cumplicidade em 1994 com dois jovens anarquistas radicais que protagonizaram um tiroteio que matou três policiais, um taxista e um dos agressores.
Depois de sair da prisão Dekhar se mudou para a Inglaterra, onde vivia nos últimos anos, embora passasse frequentes temporadas em Paris, e se hospedava na casa do amigo que o denunciou.