Homenagem para as vítimas de massacre em boate gay: de dentro da boate gay, Omar Mateen disse a negociadores para falar para os EUA pararem de bombardear a Síria e o Iraque (Maxim Zmeyev / Reuters)
Da Redação
Publicado em 20 de junho de 2016 às 21h19.
Orlando - O homem que matou 49 pessoas em uma boate da Flórida chamou a si mesmo de um "soldado islâmico" e ameaçou colocar coletes explosivos nos reféns, em telefonemas com a polícia durante o cerco de três horas, de acordo com transcrições divulgadas pelo FBI nesta segunda-feira.
De dentro da boate gay em Orlando, o atirador, Omar Mateen, disse a negociadores da polícia para falar para os Estados Unidos pararem de bombardear a Síria e o Iraque e era por isso que ele estava "aqui agora".
O Departamento de Justiça dos EUA e o FBI divulgaram nesta segunda o que eles disseram ser a transcrição completa da conversa telefônica entre o atirador de Orlando e operadores do serviço 911, quando ele ameaçou amarrar explosivos nos reféns.
A divulgação da transcrição completa se deu poucas horas depois de o FBI ter circulado uma transcrição editada das chamadas.
Na transcrição completa, o responsável pelo ataque é citado se dizendo leal a Abu Bakr al-Baghdadi, líder do Estado Islâmico. No entanto, as autoridades acreditam que Mateen, um cidadão norte-americano de ascendência afegã, agiu sozinho no ataque, sem a ajuda de redes de militantes islâmicos.
Mateen, de 29 anos, matou 49 pessoas na boate em 12 de junho, no ataque a tiros com mais mortes na história moderna dos EUA. Ele ameaçou detonar um carro que continha bombas e colocar vestimentas com explosivos em reféns, de acordo com as transcrições dos telefonemas que fez ao serviço 911, enquanto a polícia tentava resgatar as pessoas presas na boate.
O FBI e o Departamento de Justiça disseram que haviam divulgado uma transcrição editada das conversas em respeito aos sobreviventes e aos familiares das vítimas e para manter a integridade das investigações.
No entanto, a primeira transcrição levou o presidente da Câmara dos Deputados, Paul Ryan, e outros políticos a pedirem a divulgação do texto completo.