Nairóbi - Explosões sucessivas mataram nesta sexta-feira ao menos 10 pessoas em um mercado lotado de Nairóbi, em mais um incidente da onda de ataques que pressiona o governo e fez países ocidentais como a Grã-Bretanha alertarem seus cidadãos contra viagens ao Quênia.
Cerca de 70 pessoas ficaram feridas em duas explosões, disse o Centro Nacional de Operações de Desastres (CNOD) do Quênia, e a Cruz Vermelha do país pediu doações de sangue para tratar os feridos.
Uma explosão atingiu um micro-ônibus de passageiros, estilhaçando as janelas e estourando os pneus. O atentado ocorreu perto de um mercado famoso por vender roupas usadas em barracos de madeira.
A segunda explosão foi detonada perto do mesmo mercado. Em torno do micro-ônibus cheio de sangue, roupas ficaram espalhadas pela rua, que se encontrava movimentada com clientes pela manhã.
"Eu vi a explosão. Pessoas corriam em todas as direções", disse uma mulher a jornalistas no local do atentado. "Sei que algumas pessoas morreram."
O comandante da polícia de Nairóbi, Benson Kibui, disse aos jornalistas que um homem foi detido perto do mercado e outro foi preso em outro local, sem dar mais detalhes.
Ninguém assumiu a responsabilidade imediata pelo atentado. No passado, ataques do tipo foram atribuídos aos militantes somalis do Al Shabaab, que quer expulsar as tropas do Quênia alocadas na Somália.
Em setembro, homens armados do grupo mataram 67 pessoas em um ataque a um shopping em Nairóbi. A mais recente explosão ocorreu um dia após o Quênia reclamar sobre alertas de viagem emitidos pela Grã-Bretanha, Estados Unidos, França e Austrália.
Em consequência, centenas de turistas deixaram antes do previsto as estâncias turísticas da costa do Oceano Índico. O presidente Uhuru Kenyatta pediu aos quenianos que ajudem o governo a lutar contra o "terrorismo" e classificou os alertas de viagem ocidentais como uma medida que "somente atende ao desejo dos terroristas", em vez de ajudar o Quênia a derrotá-los.
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1. Torturar e tolerar
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1/14 (Antonio Cruz/ABr/Wikimedia Commons)
São Paulo - Muita gente ao redor do mundo tem medo da sua própria polícia. Se levados sob custódia, temem ser torturados. Outro tanto, por outro lado, defende a tortura em alguns casos. Um
estudo da Anistia Internacional, que entrevistou pessoas de 21 países de todos os continentes, traz essas revelações. O estudo faz parte da campanha global anti-tortura lançada pela entidade. "Governos ao redor do mundo têm duas caras em relação à tortura. Por um lado, a proíbem. Por outro, facilitam a sua prática", diz Salil Shetty, secretário-geral da entidade. Desde 1984, 155 nações assinaram a convenção da ONU contra a prática de tortura. Desses, 142 são observados pela Anistia Internacional. O dado alarmante: 79 casos de tortura já foram rastreados em 2014. Mais da metade deles aconteceram em países que ratificaram a convenção da ONU. Em outras palavras: só são contra a tortura no papel. Veja a seguir, entre os países pesquisados, aqueles em que a opinião pública é mais a favor da tortura, "dependendo da situação". Os entrevistados ainda responderam se temem ser torturados pela polícia e se são a favor de leis nacionais claras contra a prática.
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2. 1. China
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2/14 (REUTERS/China Daily)
Tortura é justificável, dependendo do caso: 74%
Cidadãos temem que, se levados pela polícia, possam ser torturados: 25% Defendem leis claras contra a tortura, garantindo os direitos humanos: 87%
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3. 2. Índia
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3/14 (Rouf Bhat/AFP)
Tortura é justificável, dependendo do caso: 74%
Cidadãos temem que, se levados pela polícia, possam ser torturados: 34% Defendem leis claras contra a tortura, garantindo os direitos humanos: 73%
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4. 3. Quênia
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4/14 (AFP)
Tortura é justificável, dependendo do caso: 66%
Cidadãos temem que, se levados pela polícia, possam ser torturados: 58% Defendem leis claras contra a tortura, garantindo os direitos humanos: 83%
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5. 4. Nigéria
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5/14 (Quentin Leboucher/AFP)
Tortura é justificável, dependendo do caso: 64%
Cidadãos temem que, se levados pela polícia, possam ser torturados: 50% Defendem leis claras contra a tortura, garantindo os direitos humanos: 74%
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6. 5. Paquistão
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6/14 (AFP / Aamir Qureshi)
Tortura é justificável, dependendo do caso: 56%
Cidadãos temem que, se levados pela polícia, possam ser torturados: 58% Defendem leis claras contra a tortura, garantindo os direitos humanos: 81%
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7. 6. Indonésia
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7/14 (Adek Berry/AFP)
Tortura é justificável, dependendo do caso: 50%
Cidadãos temem que, se levados pela polícia, possam ser torturados: 54% Defendem leis claras contra a tortura, garantindo os direitos humanos: 86%
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8. 7. Estados Unidos
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8/14 (Khaled Abdullah/Reuters)
Tortura é justificável, dependendo do caso: 45%
Cidadãos temem que, se levados pela polícia, possam ser torturados: 32% Defendem leis claras contra a tortura, garantindo os direitos humanos: 77%
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9. 8. Peru
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9/14 (Bloomberg)
Tortura é justificável, dependendo do caso: 40%
Cidadãos temem que, se levados pela polícia, possam ser torturados: 54% Defendem leis claras contra a tortura, garantindo os direitos humanos: 71%
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10. 9. Turquia
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10/14 (REUTERS/Stringer)
Tortura é justificável, dependendo do caso: 32%
Cidadãos temem que, se levados pela polícia, possam ser torturados: 58% Defendem leis claras contra a tortura, garantindo os direitos humanos: 84%
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11. 10. México
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11/14 (Alan Ortega/Reuters)
Tortura é justificável, dependendo do caso: 29%
Cidadãos temem que, se levados pela polícia, possam ser torturados: 64% Defendem leis claras contra a tortura, garantindo os direitos humanos: 74%
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12. 11. Reino Unido
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12/14 (Christopher Furlong/Getty Images)
Tortura é justificável, dependendo do caso: 29%
Cidadãos temem que, se levados pela polícia, possam ser torturados: 15% Defendem leis claras contra a tortura, garantindo os direitos humanos: 86%
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13. Bônus: Brasil
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13/14 (REUTERS/Nacho Doce)
Tortura é justificável, dependendo do caso: 19%
Cidadãos temem que, se levados pela polícia, possam ser torturados: 80% Defendem leis claras contra a tortura, garantindo os direitos humanos: 83%
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14. Agora descubra onde mais presos são executados
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14/14 (AFP)