"Paris é Charlie": "as pessoas serão mais cuidadosas" em suas viagens, mas "continuarão viajando", disse OMT (Youssef Boudlal/Reuters)
Da Redação
Publicado em 12 de janeiro de 2015 às 10h01.
Madri - O secretário-geral da Organização Mundial do Turismo (OMT), Taleb Rifai, descartou nesta segunda-feira que os atentados terroristas ocorridos em Paris na semana passada afetarão o turismo na Europa.
Em discurso no Fórum da Nova Economia em Madri, Rifai ressaltou que "o turismo é um setor muito resistente, muito sólido" e que "os visitantes não se intimidam com esse tipo de atentados".
O jordaniano reconheceu que "as pessoas serão mais cuidadosas" em suas viagens, mas "continuarão viajando".
Sobre os atentados de Paris, Rifai considerou que as pessoas "mais prejudicadas" são as que vivem em países do Oriente Médio, já que são "as primeiras vítimas do terrorismo".
Rifai ressaltou as manifestações de repúdio realizadas em alguns países da região, algo que tem quebrado a tradicional "falta de voz". Segundo ele, isso não se deve a "uma falta de convicção", mas porque "as pessoas têm medo, se sentem intimidadas".
"O que aconteceu em Paris fez com que as pessoas tivessem menos medo. Foi um ponto de partida, uma mudança radical" porque teve as "consequências contrárias" às que os terroristas queriam provocar, disse.
"A Europa deve continuar nesse caminho rumo à paz e à igualdade, que é o que todos os países do mundo querem", afirmou, mas reconheceu que os atentados poderiam significar o estabelecimento de "algumas mudanças, restrições na liberdade de movimento".
A respeito das tendências do turismo mundial - o número de viajantes internacionais em 2014 beirou 1,1 bilhão -, Rifai se referiu ao aumento das viagens rumo a países em desenvolvimento e a uma subida dos viajantes jovens.
Além disso, alertou sobre o "grande problema" dos chamados serviços colaborativos, que, segundo sua opinião, colocam em "xeque a posição dos operadores".
Rifai também mencionou a redução dos preços do petróleo, que baratearam as viagens e melhoraram os serviços das companhias aéreas, mas advertiu sobre o "impacto negativo" dessa situação nos países produtores e na redução da capacidade de viajar das pessoas que vivem neles.