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Atentados contra comícios deixam 89 mortos no Paquistão

O grupo Estado Islâmico (EI) assumiu autoria do atentado durante um comício para as eleições legislativas no final deste mês

De acordo com o chefe da Defesa Civil da província, o suicida carregava de 8 a 10 kg de explosivos e bolas de metal (Mohsin Raza/Reuters)

De acordo com o chefe da Defesa Civil da província, o suicida carregava de 8 a 10 kg de explosivos e bolas de metal (Mohsin Raza/Reuters)

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AFP

Publicado em 13 de julho de 2018 às 14h21.

O número de mortos do atentado suicida cometido nesta sexta-feira durante um comício eleitoral em Mastung, no sudoeste do Paquistão, aumentou drasticamente para 85, informou à AFP o ministro regional da Saúde, Faiz Kakar.

Um balanço anterior citava 70 mortos. O ataque foi reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).

Tratou-se do segundo atentado cometido nesta sexta visando a um comício eleitoral no Paquistão, onde as eleições legislativas serão realizadas em 25 de julho em um clima cada vez mais tenso.

"O número de mortos subiu para 85", disse Kakar, que havia relatado o balanço anterior de 70 mortos e 120 feridos, incluindo "de 15 a 20 em estado crítico".

De acordo com Aslam Tareen, chefe da Defesa Civil da província do Baluchistão, o suicida carregava de 8 a 10 kg de explosivos e bolas de metal.

O atentado ocorreu em Mastung, a cerca de 40 km da capital do Baluchistão, Quetta.

A explosão ocorreu em um complexo onde acontecia um comício político, informou Saeed Jamali, funcionário do governo local.

De acordo com o ministro do Interior da província do Baluchistão, Agha Umar Bungalzai, o ataque visou uma reunião organizada pelo político Mir Siraj Raisani, que faleceu.

"Ele sucumbiu aos ferimentos quando era transferido para um hospital em Quetta", indicou. Ele era candidato ao cargo de deputado pelo partido Baluchistan Awami Party (BAP).

Bungalzai também relatou pelo menos 32 feridos.

No começo do dia, uma bomba escondida em uma motocicleta explodiu perto de Bannu (noroeste) quando o comboio de outro candidato passou, matando quatro pessoas e ferindo outras quarenta, segundo a polícia.

O político visado, Akram Khan Durrani, representante de uma coalizão de partidos religiosos, o MMA, sobreviveu ao ataque.

Um atentado suicida reivindicado pelo Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP, Movimento dos Talibãs Paquistaneses) também visou na terça-feira à noite um comício eleitoral do partido Awami National Party (ANP) em Peshawar (noroeste), matando 22 pessoas, incluindo um político local, Haroon Bilour, de acordo com um balanço revisado.

Peshawar, porta de entrada para turbulentas regiões tribais do Paquistão, foi cenário nos últimos anos de vários atentados contra políticos, reuniões religiosas, forças de seguranças e até escolas.

"As autoridades paquistanesas têm o dever de proteger os direitos de todos os paquistaneses durante este período eleitoral: sua segurança física e sua capacidade de expressar livremente suas opiniões políticas, independentemente de qual partido eles pertençam", reagiu Omar Waraich, vice-diretor para a Ásia do Sul para a Anistia Internacional.

O Exército paquistanês indicou no início desta semana que planejava a implementação de mais de 370.000 homens para garantir a segurança no dia das eleições.

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