Parede com bandeira do Estado Islâmico: EI afirma que em Aden "edifícios" foram "incendiados" e prosseguiam os "tiroteios" (Rodi Said/Reuters)
AFP
Publicado em 5 de novembro de 2017 às 14h36.
Um atentado acompanhado da tomada de reféns foi executado neste domingo contra os serviços de segurança em Aden, deixando ao menos 15 mortos em uma operação reivindicada pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), a primeira ação em um ano nesta zona do sul do Iêmen.
Em um comunicado na Internet assinado pela "Província de Abyan-Aden", o EI afirma que em Aden - segunda cidade do país - "edifícios" foram "incendiados" e prosseguiam os "tiroteios".
Segundo os serviços de segurança iemenitas, a operação dos extremistas foi realizada em dois tempos: um ataque com um carro-bomba contra o comboio do chefe da segurança de Aden na entrada de seu quartel-general, e depois um ataque contra a sede da brigada criminal adjacente.
O duplo atentado deixou ao menos 15 mortos e 18 feridos, segundo um balanço dos serviços de segurança.
O último ataque reivindicado pelo EI em Aden, sob o controle do presidente Abd Rabbuh Mansur Al-Hadi, se remonta a 18 de dezembro de 2016, no qual 48 pessoas morreram e 84 ficaram feridas entre soldados que faziam fila para cobrar o seu salário.
Neste domingo, cerca de 30 extremistas invadiram, em um ataque em massa, o complexo de segurança, gerando confusão e fazendo acreditar que se tratava de dois atentados diferentes da Al-Qaeda, segundo explicou um responsável dos serviços de segurança.
Segundo ele, ao menos nove agressores foram mortos, mas alguns conseguiram pegar reféns e executaram a tiros duas policiais. Esta tomada de reféns - não se sabe quantos - continuava na tarde deste domingo.
O grupo EI apareceu no sul do Iêmen depois que as forças pró-governo recuperaram Aden das mãos dos rebeldes xiitas huthis, no verão de 2015.
Desde então, as forças de segurança enfrentam uma batalha aberta contra os extremistas. O chefe da segurança da cidade, o general Shalal Shaeh, sobreviveu a cinco atentados.
Essas forças têm o apoio ativo dos Emirados Árabes Unidos, um dos pilares da coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita, que intervém militarmente no Iêmen desde 2015 para ajudar o presidente Al-Hadi e o seu governo na luta contra os rebeldes.
Segunda a Organização Mundial de Saúde (OMS), o conflito no Iêmen deixou mais de 8.650 mortos e 58.600 feridos desde março de 2015.
No âmbito deste conflito, a Arábia Saudita lançou neste domingo de madrugada uma série de bombardeios contra a capital Sanaa, controlada pelos rebeldes huthis, segundo responsáveis rebeldes.
A sede do Ministério da Defesa, no centro da capital, foi atingida, segundo esses responsáveis, que não indicaram se houve mortos ou feridos.
Esses bombardeios aconteceram depois que, no sábado, um "míssil balístico" foi interceptado após ser disparado pelos huthis do Iêmen contra o aeroporto internacional de Riad.