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Atentado deixa 14 feridos no metrô de Santiago

Explosão em Santiago deixou 14 feridos, em um ato denunciado pelo governo chileno como terrorista

Polícia chega até estação de metrô Escola Militar, em Santiago, após forte explosão (Sergio Pina/AFP)

Polícia chega até estação de metrô Escola Militar, em Santiago, após forte explosão (Sergio Pina/AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2014 às 09h40.

Santiago - Uma forte explosão na estação de metrô Escola Militar, em Santiago, deixou 14 feridos, em um ato denunciado pelo governo chileno como "terrorista".

O ministério do Interior revisou o número de feridos para 14, sendo que sete sofreram danos auditivos causados pelo estrondo da explosão e quatro, danos físicos ao serem atingidos por estilhaços, como fratura e amputação de dedos.

Nenhuma das vítimas corre risco de morrer.

"O que ocorreu hoje é horrível, tremendamente condenável, mas o Chile é e seguirá sendo um país seguro", afirmou a presidente chilena, Michelle Bachelet, após visitar três dos sete feridos, em uma clínica da capital.

Bachelet disse que o atentado é um dos atos mais "abomináveis e covardes" já vistos no Chile, porque "tem como objetivo atingir as pessoas, gerar medo e matar inocentes".

A presidente destacou que no final do mês enviará um projeto de lei que modifica a legislação antiterrorista, para torná-la mais eficiente e adaptá-la aos padrões internacionais.

A detonação aconteceu às 14h15 local (horário de Brasília) em uma área de alimentação na hora do almoço. Segundo as primeiras informações citadas pela imprensa, o artefato foi feito com um extintor e um dispositivo de relojoaria e colocado dentro de uma lata de lixo.

"Ouvi um barulho forte e senti cheiro de pólvora", explicou à AFP Hernán Capdeville, que estava entre as milhares de pessoas que passam diariamente pela Linha 1 do metrô, a mais movimentada da capital.

"Foi horrível. Uma mulher ficou caída. Os fregueses saíram todos correndo sem pagar, deixando a comida nos pratos", disse à AFP Rosa Valdés, que trabalha em um restaurante na estação atingida.

As linhas de metrô continuaram funcionando normalmente, embora a polícia tenha suspendido temporariamente a parada na estação Escola Militar. A perícia já iniciou seu trabalho para determinar a origem do artefato e suas características.

De acordo com o Ministério do Interior, os suspeitos são dois jovens que teriam fugido em um veículo.

Bachelet suspendeu sua agenda e convocou uma reunião de emergência em La Moneda.

Ato terrorista

Até agora, nenhum grupo assumiu a autoria do ataque. O governo garantiu que invocará a Lei Antiterrorista contra os responsáveis.

"O governo não vai descansar até o último dia para que essas pessoas sejam condenadas o quanto antes. Essas pessoas que tentaram assassinar chilenos inocentes", afirmou o ministro do Interior, Rodrigo Peñailillo.

Mais de 100 explosões de artefatos de fabricação artesanal aconteceram nos últimos cinco anos no país, mas até então haviam causado apenas prejuízos materiais, sem feridos em estado grave.

Entre os alvos, estão caixas eletrônicos, bancos, estádios, embaixadas e restaurantes.

Inicialmente, os atos eram reivindicados por grupos que usavam nomes de antigos anarquistas.

Nos últimos meses, esse tipo de ataque voltou a ocorrer e, pela primeira vez, uma bomba foi colocada em um lugar de grande movimento.

Em 14 de julho passado, um artefato explodiu em um vagão de metrô já vazio. Embora não tenha deixado feridos, o incidente ativou os alarmes do governo, que reforçou a vigilância. Um promotor foi designado para se dedicar exclusivamente à investigação dos ataques.

Informações a respeito dos primeiros elementos da investigação indicam que o artefato detonado nesta segunda é semelhante ao instalado em julho no vagão de metrô da mesma linha.

O presidente do partido opositor Renovação Nacional, Cristian Monckeberg, comentou que essa situação "poderia ter sido evitada" e advertiu que "há um padrão que está se repetindo" nesse tipo de atentado.

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