Criança olha vitrine de bombons de chocolate (Getty Images)
Vanessa Barbosa
Publicado em 30 de novembro de 2011 às 13h55.
São Paulo – Imagine ser privado da possibilidade de comer um chocolate no meio da tarde, quando bate aquele marasmo pós-almoço, ou ter que desembolsar um dinheiro alto para comprar uma barrinha do doce? O cenário, de causar arrepio em qualquer chocólatra confesso, pode se concretizar em um futuro não tão distante.
Um estudo do Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT, na sigla em espanhol), na Colômbia, sugere que este produto milenar corre o risco de se tornar escasso em função do aquecimento global. Em quatro décadas, se não for “extinto”, pode se transformar em artigo de luxo, custando caro.
A elevação de 2 a 3 graus Celsius na temperatura do planeta - o que segundo os cientistas, deve acontecer até 2050, se não forem mitigadas as emissões globais de CO2 – pode causar danos irreversíveis nas principais regiões de cultivo de cacau (a matéria prima do chocolate), Gana e Costa do Marfim, que juntos respondem por 2/3 da produção mundial do fruto.
Encomendada pela fundação Bill & Melinda Gates, a pesquisa mostra que o aumento da temperatura nessas regiões vem obrigando os fazendeiros a cultivar cacau em maiores altitudes, mais frias, o que exige tecnologias de plantio novas para garantir a adaptação. O problema é que essas áreas altas também são limitadas, o que pode contribui para a queda da produção de chocolate.
De acordo com o estudo, outros fatores também estão levando a produção de cacau a um limite preocupante, como o uso insustentável da terra, com técnicas degradantes e o aumento do consumo de chocolate em todo o mundo.