Papaconstantinou, ministro das Finanças grego: país espera números positivos no 3º tri (Win McNamee/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 4 de abril de 2011 às 12h30.
Atenas - O ministro das Finanças grego, Giorgos Papaconstantinou, afirmou nesta segunda-feira em Atenas que a Grécia já superou o pior momento de sua crise e não deve reestruturar sua dívida.
"Os indicadores mostram que superamos o pior lance da recessão e que há um começo de recuperação", afirmou o ministro à rádio estatal "NET".
As declarações de Papaconstantinou coincidem com o começo de uma visita de inspeção de uma equipe de especialistas da União Europeia (UE), do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Central Europeu (BCE) à Grécia para supervisionar os avanços em sua reforma estrutural e de economias.
Além disso, espera-se que em breve o Executivo grego apresente um pacote de medidas de austeridade para os próximos quatro anos (2012-2015).
Papaconstantinou reconheceu que "o resto de 2011 seguiremos em recessão, mas esperamos que no terceiro e quarto trimestre teremos os primeiros números positivos".
O titular descartou uma maior redução generalizada de salários e previdência no setor público e declarou que não haverá reestruturação da dívida helena.
"As medidas não serão cortes horizontais em salários e pensões como os realizados no ano passado, mas se frearão os gastos públicos e aumentará a receita estatal", disse.
O ministro acrescentou que "o custo de uma reestruturação da dívida helena seria muito maior que o benefício e não constitui uma opção nem para a Grécia nem para o resto da Europa".
Reafirmou que embora se mantenha o objetivo de sair aos mercados internacionais, "as taxas de juros estarão proibidas, e assim, se não conseguir em 2011, então será feito no início de 2012".
A missão do FMI, do BCE e da UE revisará os objetivos assumidos pelo Governo socialista para este ano e um programa de medidas que ocorrerá entre 2012 e 2015.
Os especialistas manterão diversas reuniões em ministérios, empresas e organismos estatais.
As medidas que estão sendo implantadas há um ano, quando a Grécia recorreu à ajuda externa de 110 bilhões de euros da zona do euro e do FMI para salvar-se da quebra, ocasionaram fortes protestos entre a população helena.
Os médicos do serviço de urgência de ambulâncias (EKAB) iniciaram nesta segunda-feira uma greve por tempo indefinido em todo o país devido a que o Estado lhes deve quatro meses de salários adicionais e bônus extras do ano passado, por isso que trabalharão com equipe e escala reduzidas.
Por outro lado, os funcionários da maior empresa de petróleo grega, Elpe (Hellenic Petroleum), da qual o Estado possui 35,5%, iniciaram nesta segunda-feira uma greve de 10 dias em protesto contra as intenções da direção de reduzir em até 40% os salários.