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Ataques matam 45 pessoas no Afeganistão

Nos atentados mais sangrentos, terroristas suicidas mataram 36 pessoas, em sua maioria civis que faziam compras para as celebrações do Eid


	Militares americanos no Afeganistão: um dia antes, três soldados americanos foram mortos a tiros por um policial afegão que os convidou para uma refeição
 (Spencer Platt/Getty Images/AFP)

Militares americanos no Afeganistão: um dia antes, três soldados americanos foram mortos a tiros por um policial afegão que os convidou para uma refeição (Spencer Platt/Getty Images/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2012 às 14h07.

Kandahar - Quatro ataques mataram 45 pessoas nesta terça-feira no Afeganistão, os três primeiros com terroristas suicidas, na província de Nimroz, na fronteira com o Irã, e o último em Kunduz, informaram autoridades.

Nos atentados mais sangrentos, terroristas suicidas mataram 36 pessoas, em sua maioria civis que faziam compras para as celebrações do Eid, em Zaranj, a capital da província afegã de Nimroz.

Já em Kunduz, uma bomba ativada por controle remoto matou nove pessoas.

"Nove civis foram mortos e 36 outros ficaram feridos quando uma bomba acionada por controle remoto foi detonada pelos talibãs no principal bazar do distrito de Archi", informou a polícia regional.

Os ataques na cidade de Zaranj são os maiores da história recente na província relativamente pacífica, e estão entre os mais mortais no país neste ano. Pelo menos 66 pessoas ficaram feridas.

Três atacantes suicidas de um grupo de 11 detonaram os explosivos que carregavam em áreas distintas da cidade, um deles em frente a um hospital, informou a polícia.

"Este era um grupo de 11 atacantes que queriam realizar ataques simultâneos em toda a cidade", informou o vice-chefe da polícia provincial Mujibullah Latifi à AFP.

"As forças de segurança mataram dois dos atacantes suicidas na noite passada e detiveram outros três nesta manhã. Três conseguiram detonar seus explosivos, enquanto outros três foram mortos a tiros".

"Temos um grande número de vítimas civis porque dois dos atacantes detonaram seus explosivos perto de um bazar, onde muitas pessoas se reuniam para fazer compras para o Eid", a celebração muçulmana no final do mês de jejum do Ramadã, disse.


"Temos a confirmação de que 21 civis e 15 membros das forças de segurança foram mortos nesses ataques e mais de 66 ficaram feridos", informou o governador provincial Abdul Karim Brahawi à AFP.

Não houve reivindicação imediata dos atentados, mas ataques semelhantes são geralmente atribuídos aos insurgentes talibãs que lutam para derrubar o governo do presidente Hamid Karzai, apoiado pelo Ocidente.

O ataque na província normalmente pacífica ocorre depois que 11 policiais afegãos foram mortos no sábado, quando um de seus colegas, supostamente um agente infiltrado talibã, abriu fogo contra eles.

Este incidente, no distrito Delaram de Nimroz, foi o último de uma série de tiroteios em que os membros das forças de segurança afegãs atingiram colegas locais e estrangeiros.

Um dia antes, três soldados americanos foram mortos a tiros por um policial afegão que os convidou para uma refeição na província de Helmand. Três outros soldados foram mortos por um civil afegão funcionário de uma base da Otan na mesma província.

Este tipo de ataques, nos quais afegãos apontam suas armas contra seus aliados estrangeiros, mataram no total 37 soldados estrangeiros neste ano, de acordo com um balanço da Otan.

Mas as tropas afegãs e a polícia também estão sob uma pressão cada vez maior à medida que assumem mais responsabilidade pela segurança, quando as tropas da Otan se preparam para deixar o país.

E os civis continuam a suportar o peso da guerra.

A ONU afirmou que 1.145 afegãos não combatentes perderam suas vidas, a maioria em ataques talibãs e de outros insurgentes, entre 1º de janeiro e 30 de junho deste ano. No ano passado, um recorde de 3.021 civis morreram.

A disseminação da violência em Nimroz aumenta as tensões sobre o futuro do país depois que os cerca de 130 mil soldados da Otan deixarem o Afeganistão até o fim de 2014, como o planejado, entregando a responsabilidade pela segurança às forças afegãs.

Os políticos ocidentais, ansiosos para fazer as suas tropas voltarem de uma guerra cada vez mais impopular, falam regularmente da capacidade do exército afegão e da polícia para lidar por conta própria com os problemas do país, mas há um medo generalizado do retorno de uma guerra civil entre facções.

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