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Ataques contra reduto opositor deixam mais de 60 mortos na Síria

Os bombardeios mais mortíferos ocorreram em Duma, a maior cidade de Ghouta Oriental, onde 23 pessoas morreram

Síria: segundo porta-voz da oposição ao regime de Assad, "os bombardeios não pararam desde a manhã" (foto/Reuters)

Síria: segundo porta-voz da oposição ao regime de Assad, "os bombardeios não pararam desde a manhã" (foto/Reuters)

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EFE

Publicado em 6 de fevereiro de 2018 às 18h14.

Beirute - Mais de 60 pessoas morreram nesta terça-feira por bombardeios de aviões não identificados contra o principal reduto da oposição ao regime da Síria nos arredores da capital Damasco, a região de Ghouta Oriental, coincidindo com o pedido da ONU de uma "pausa humanitária" no conflito no país árabe.

O porta-voz da opositora Direção Geral de Saúde de Ghouta Oriental, Fayez al Orabi, disse à Agência Efe por telefone que "os bombardeios não pararam desde a manhã", e que há novos mortes "a cada minuto".

Segundo a apuração do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), pelo menos 63 pessoas, entre elas 14 menores de idade e 20 mulheres, morreram hoje pelos ataques aéreos contra várias partes da região; uma cifra que Orabi elevou para 67.

Quanto aos feridos, o responsável indicou que "é difícil saber o número exato, há muitos em estado grave, e algumas pessoas seguem enterradas sob os escombros, como está acontecendo no distrito de Arbin".

O OSDH, por sua vez, documentou um total de 175 feridos.

Os bombardeios mais mortíferos ocorreram em Duma, a maior cidade de Ghouta Oriental, onde 23 pessoas morreram, e em Arbin, onde 13 pessoas perderam a vida.

A Defesa Civil Síria, ONG que realiza trabalhos de resgate em áreas fora do controle do governo sírio, informou no Twitter que os bombardeios causaram o colapso de um edifício com os moradores dentro em Saqba, onde dois civis morreram e outras sete pessoas foram resgatadas com vida sob os escombros.

As mortes de hoje se somam às 31 de ontem causadas pela escalada da violência em Ghouta Oriental, um a região que está sitiada pelos efetivos governamentais, acrescentou o OSDH.

Por outro lado, a agência de notícias oficial da Síria, "Sana", que citou uma fonte da chefia da polícia de Damasco, assinalou que pelo menos três pessoas morreram hoje e outras oito ficaram feridas pela queda de foguetes no bairro de Bab Tuma, no centro da capital.

Além disso, duas crianças morreram e outros cinco civis foram feridos por um ataque similar em Yarama, nos arredores de Damasco.

A fonte acusou "grupos armados" em Ghouta Oriental de terem lançado os projéteis, e o exército sírio respondeu com ataques contra as áreas de onde foram disparados os foguetes.

A escalada de hostilidades na Síria coincidiu hoje com um pedido da ONU para uma pausa humanitária de pelo menos um mês no conflito, com o objetivo de oferecer assistência a centenas de milhares de pessoas presas em regiões sob assédio e de difícil acesso, e para evacuar os feridos e doentes.

Além disso, a ONU disse hoje que está investigando o suposto uso de bombas de gás cloro em Saraqueb, na província de Idlib, e em Duma, em Ghouta Oriental.

O presidente da Comissão Independente de Investigação para a Síria da ONU, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, assegurou que recebeu muitas informações "sobre o suposto uso de bombas que continham (gás) cloro" nessas populações recentemente.

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