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Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2014 às 18h41.
Os helicópteros do Exército despejaram novamente barris de explosivos em Aleppo, matando oito civis, incluindo cinco crianças, nesta terça-feira, depois de três dias de ataques que deixaram mais de 150 mortos nessa cidade do norte da Síria.
Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) e militantes contrários ao regime nas frentes de batalha, o Exército intensificou nas últimas três semanas seus ataques com barris de dinamite contra os bairros rebeldes no leste de Aleppo, em sua tentativa de retomar a região.
"Vários barris de explosivos foram jogados nesta terça nas zonas controladas pelos rebeldes em Aleppo", indicou a ONG que se baseia em uma ampla rede de militantes e médicos em todo o país. Oito civis morreram, incluindo uma mulher e cinco crianças.
Segundo o Centro de Mídias de Aleppo (oposição), um dos ataques atingiu uma escola no bairro de Massaken Hanano, matando crianças.
O Centro indicou "um êxodo da população" dos bairros do leste de Aleppo em uma tentativa de "fugir dos barris".
"Mayssar, Marjé, Jazmati, e Maasraniyé se transformaram em bairros fantasmas de onde os moradores fugiram".
Desde sábado, 159 pessoas, incluindo um grande número de crianças, morreram em ataques semelhantes em Aleppo, antiga capital econômica da Síria, de acordo com um registro estabelecido pelo OSDH.
Os setores rebeldes de Aleppo são alvos, desde meados de dezembro, de ataques aéreos que deixaram centenas de mortos. Enquanto isso, as tropas do governo, quem controlam os bairros do oeste, avançam para o leste e para o norte da cidade.
Os combates se mantinham também em outras frentes, principalmente nas províncias de Damasco, Homs (centro) e Hama (centro), onde os redutos rebeldes estão sendo submetidos a bombardeios aéreos e de artilharia, segundo o OSDH.
Também são registrados enfrentamentos entre rebeldes e jihadistas do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL). Na província de Deir Ezzor (leste), um terrorista suicida do EIIL detonou sua carga explosiva no quartel-general de uma brigada islâmica rebelde na cidade de Mayadeen, segundo o OSDH, que ainda não forneceu um registro de vítimas.
Revoltados com os abusos atribuídos ao EIIL e pelas pretensões deste de obter a hegemonia, os rebeldes voltaram suas armas contra os jihadistas no início de janeiro nas zonas controladas pela rebelião no norte da Síria.
Na cidade de Raqa (norte), controlada pelo EIIL, esse grupo pediu desculpas pelo comportamento "inaceitável" de alguns de seus membros.
"Pedimos desculpas a qualquer pessoa que tenha sido submetida a abusos e pedimos a Deus que nos perdoe", era possível ler em um folheto no qual o movimento exorta os integrantes do EIIL a pregar a religião com "bondade e indulgência", e não de forma "dura e severa".
Ele pede aos habitantes da cidade que se sentiram maltratados por combatentes do EIIL que recorram aos tribunais islâmicos de Raqa, única capital provincial foram do controle do regime.
Negociações sem precedentes foram concluídas em Genebra na sexta-feira passada, sem resultados. Foi o primeiro encontro frente a frente entre o regime e a oposição desde o início do conflito armado, em março de 2011.
Mais de 136.000 pessoas morreram e milhões foram obrigadas a deixar suas casas com medo da violência em quase três anos de conflito.