Atentado: o grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou a autoria do ataque em Manchester (Darren Staples/Reuters)
Gabriela Ruic
Publicado em 23 de maio de 2017 às 09h39.
Última atualização em 23 de maio de 2017 às 10h14.
Um atentado suicida reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI) deixou 22 mortos, incluindo crianças, e 59 feridos nesta segunda-feira à noite na saída de um show da cantora pop Ariana Grande em Manchester, cidade no oeste da Inglaterra e localizada a cerca de 290 quilômetros da capital Londres.
Veja abaixo o que se sabe até o momento:
Segundo a polícia, uma forte explosão ocorreu na Manchester Arena, casa de espetáculos com capacidade de receber até 21.000 pessoas, logo no final do show da cantora americana Ariana Grande, em torno das 22h30 (18h30 no horário de Brasília) da última segunda-feira.
Esse ataque foi executado por um homem que morreu no local após detonar "um dispositivo explosivo improvisado". Agora, a polícia procura estabelecer "se ele agiu sozinho ou se recebeu apoio de uma rede". O grupo extremista EI reivindicou a autoria do ataque na manhã desta terça e seus simpatizantes comemoraram o ato.
De acordo com a primeira-ministra britânica Theresa May, "os serviços policiais e de inteligência acreditam conhecer a identidade (do suspeito), mas não podem confirmar o seu nome nesta fase" das investigações. Até o momento, autoridades confirmaram a prisão um homem de 23 anos no sul da cidade e que teria conexão com o episódio.
With regards to last night’s incident at the Manchester arena, we can confirm we have arrested a 23-year-old man in South Manchester.
— Greater Manchester Police (@gmpolice) May 23, 2017
Muitas crianças e adolescentes assistiam ao show. A explosão causou pânico dentro da casa de espetáculos e nos arredores, onde os pais esperavam a saída de seus filhos. Vídeos registrados dentro do local no momento do incidente mostram o desespero do público.
https://twitter.com/hannawwh/status/866775833553379328
A polícia confirma 22 mortos, incluindo crianças, e 59 feridos. "Havia corpos por toda parte", declarou Elena Semino, que estava esperando por sua filha de 17 anos no guichê de venda de ingressos. Os feridos foram levados para oito hospitais da região.
A polícia britânica classificou a explosão como "um ato terrorista" nos primeiros momentos após o ocorrido. Durante a noite, May manifestou solidariedade às vítimas e suas famílias. A premiê e seu rival trabalhista Jeremy Corbyn decidiram "suspender até nova ordem" as campanhas para as eleições parlamentares que acontecem em 8 de junho. A rainha Elizabeth II condenou o "ato bárbaro".
A cantora Ariana Grande escreveu no Twitter que está "devastada". "Do fundo do meu coração, eu sinto muito. Não tenho palavras", publicou.
https://twitter.com/ArianaGrande/status/866849021519966208
Esse ataque foi o mais violento no país em 12 anos. Em julho de 2005, uma série de atentados atribuídos a um grupo que seria ligado à rede Al-Qaeda matou 56 pessoas, incluindo quatro terroristas, e feriu 700 nos transportes públicos de Londres.
O atentado desta segunda-feira acontece dois meses depois de outro episódio, esse em Londres, perto do Parlamento, que matou cinco pessoas e foi igualmente reivindicado pelo EI.