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Ataque na Síria mata civis, e deserção é confirmada

O número exato de vítimas no ataque na cidade de Al Qahtaniya, localizada no oeste da província de Al Reqa, fronteiriça com a Turquia, é ainda incerto

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 26 de dezembro de 2012 às 14h08.

Cairo - A violência voltou nesta quarta-feira a vitimar civis na Síria, onde pelo menos 20 pessoas, entre elas mulheres e crianças, morreram em uma cidade do norte do país em um bombardeio das forças do regime de Bashar al Assad, que sofreu um duro golpe com a confirmação da deserção do chefe da Polícia Militar.

O número exato de vítimas no ataque na cidade de Al Qahtaniya, localizada no oeste da província de Al Reqa, na fronteira com a Turquia, ainda é incerto.

Enquanto os Comitês de Coordenação Local (CCL), de oposição ao governo, dizem que 29 pessoas morreram - entre elas 17 crianças e três mulheres -, o Observatório Sírio de Direitos Humanos, também insurgente, relatam que houve 20 mortes, das quais oito de crianças e três de mulheres.

Já a Comissão Geral da Revolução divulgou apenas o número de crianças mortas, que coincide com o do CCL.

O Observatório, que citou ativistas em campo, explicou que os soldados do regime lançaram hoje mais de 15 mísseis em fazendas de Al Qahtaniya, em represália a um ataque feito ontem à noite pelos combatentes rebeldes contra um armazém de botijões de gás a três quilômetros da cidade.

Os Comitês de Coordenação Local também informaram que foi a artilharia do exército governamental que disparou contra a cidade.


Os opositores divulgaram um vídeo no YouTube, de 38 segundos de duração, com imagens das supostas vítimas da tragédia, no qual aparecem vários corpos de menores estendidos no chão de um cômodo.

Essas informações não puderam ser verificadas de forma independente devido às restrições impostas pelas autoridades sírias aos jornalistas.

Os fatos ocorrem depois de o chefe da Polícia Militar síria, general Abdelaziz al Shalal, confirmar em um vídeo divulgado nas últimas horas sua deserção, que foi anunciada ontem pelo Conselho Nacional Sírio (CNS), o principal grupo opositor no exílio.

Shalal é um dos militares de mais alta patente que se uniram às fileiras revolucionárias.

'O Exército se apartou de sua missão principal que era proteger o país e se transformou em quadrilhas que assassinam, destroem cidades e povoados, e massacram nosso povo inocente, que saiu para pedir liberdade', afirmou Shalal na gravação para justificar sua decisão.

Ontem, o CNS revelava a chegada do oficial dissidente à Turquia através da passagem fronteiriça de Bab al Haua, embora o 'número dois' do Exército Livre Sírio (ELS), Malek al Kurdi, tenha negado à Agência Efe sua presença em território turco, mas confirmado sua deserção.

'Está em um lugar seguro', disse Kurdi, sem dar mais detalhes.


No começo de agosto, o então primeiro-ministro, Riad Hiyab, abandonou seu posto e anunciou sua união à revolução. Sua deserção foi a mais destacada entre membros do regime desde que começou a rebelião, em março de 2011.

Enquanto isso, continuam os esforços políticos para encontrar uma solução pacífica para o conflito.

Uma fonte da Liga Árabe disse à Efe que amanhã espera-se que o mediador da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, chegue ao Cairo para se reunir com o secretário-geral desta última organização, Nabil al Araby, para analisar os resultados de sua recente viagem à Síria.

Brahimi se encontrou ontem em Damasco com os líderes da oposição interna, e na segunda-feira com o presidente Bashar al Assad em sua terceira viagem a este país.

O enviado especial apresentou na Síria uma proposta elaborada em conjunto com Estados Unidos e Rússia durante um encontro em Genebra, na Suíça, na semana passada, revelaram à Efe fontes diplomáticas.

Essa iniciativa contempla a formação de um governo transitório composto por ministros que não pertençam nem à confissão alauita, professada pelo presidente, nem aos sunitas radicais.

Além disso, estipula que Assad continue no poder até o segundo semestre de 2013, mas direito a se candidatar às próximas eleições presidenciais, previstas para 2014. 

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