Trump: "O presidente está recebendo as informações e continuará monitorando a situação na Síria", disse a porta-voz da Casa Branca (Erica Canepa/Bloomberg)
Estadão Conteúdo
Publicado em 17 de janeiro de 2019 às 09h06.
Washington - Um ataque suicida ocorrido nesta quarta-feira, 16, no norte da Síria, reivindicado pelo Estado Islâmico, matou 15 pessoas, entre elas 2 soldados e 2 civis americanos, segundo o Pentágono. A ação pôs em xeque a vitória sobre o grupo terrorista anunciada em dezembro pelo presidente Donald Trump, que deu ordens para retirar as tropas americanas do país.
"Dois militares americanos, um civil do Departamento da Defesa e um (funcionário) terceirizado de apoio ao departamento foram mortos. Três militares ficaram feridos quando realizavam um trabalho em Manbij", informou, em comunicado, o Centro de Comando Militar dos EUA. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, que monitora o conflito, informou que havia civis sírios entre os mortos.
Após o ataque, o vice-presidente americano, Mike Pence, prometeu que os EUA impedirão o ressurgimento do EI, mas manterão os planos de retirar suas tropas. "Vamos ficar na região e continuar lutando para garantir que o Estado Islâmico não surja novamente", declarou Pence.
O ataque foi contra um restaurante na cidade de Manbij, onde os soldados americanos costumavam comer. Após a explosão, vários americanos foram retirados de helicóptero do local. Não está claro quantos militares dos EUA estavam no restaurante na hora do ataque. "O presidente está recebendo as informações e continuará monitorando a situação na Síria", disse a porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders.
Os EUA têm cerca de 2 mil soldados na Síria, enviados para trabalhar com milícias locais para combater o Estado Islâmico. No mês passado, ao declarar que a batalha contra os jihadistas tinha acabado, Trump anunciou a retirada desses soldados em 30 dias.
Passado o prazo para o início da retirada, o governo americano anunciou, na semana passada, que havia começado a retirar alguns equipamentos militares. Mas o plano com os detalhes da saída ainda não foi divulgado.
Membros do governo Trump têm dito publicamente que as forças americanas deveriam continuar na Síria como proteção e garantia nas negociações com o presidente Bashar Assad para o fim da guerra, para impedir o Irã de expandir sua influência no território sírio, proteger os curdos - aliados americanos -, além de coibir o ressurgimento dos jihadistas.
Antes do ataque desta quarta, apenas dois soldados americanos haviam morrido na Síria desde que o primeiro contingente entrou no país, em 2015. Manbij estava sob o controle das Forças Democráticas da Síria, aliança armada liderada por curdos e apoiada pela coalizão internacional, chefiada pelos EUA - embora os combatentes dessas milícias tenham começado a se retirar da cidade depois de chegar a um acordo com o Exército sírio.(Com agências internacionais).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.