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Ataque equivocado da coalizão deixa 8 mortos no Iraque

O incidente com fogo amigo provocou críticas sobre a presença militar americana no Iraque entre os líderes pró-Irã em Bagdá

Bandeira do Iraque em veículo militar (Alaa Al-Marjani/Reuters)

Bandeira do Iraque em veículo militar (Alaa Al-Marjani/Reuters)

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AFP

Publicado em 27 de janeiro de 2018 às 12h29.

Oito pessoas, em sua maioria membros das forças de segurança, morreram neste sábado em um bombardeio aparentemente equivocado de um avião americano da coalizão antijihadista na região oeste do Iraque.

O incidente com fogo amigo provocou críticas sobre a presença militar americana no Iraque entre os líderes pró-Irã em Bagdá.

"Oito pessoas, entre elas um funcionário de alta patente do serviço secreto, cinco policiais e uma mulher, morreram em um ataque americano no centro da cidade de Al-Bagdadi", afirmou uma fonte do governo provincial que pediu anonimato.

"Parece que o ataque foi um erro", completou, a respeito do incidente, que aconteceu no Vale do Eufrates, perto da base aérea de Ain Al-Asad, 250 km ao oeste da capital Bagdá.

As vítimas viajavam em um comboio que havia sido mobilizado para apoiar uma operação contra supostos membros do EI na região.

Apesar do governo iraquiano ter declarado vitória sobre o EI no mês passado, os jihadistas permanecem ativos de forma clandestina em várias regiões do Iraque, especialmente no Vale do Eufrates e no vasto deserto ao oeste.

O bombardeio liderado pelos Estados Unidos destruiu a maioria dos veículos e deixou 20 feridos, incluindo o chefe de polícia de Al-Bagdadi, que está em situação crítica, segundo uma fonte das forças de segurança.

A cidade doa ataque fica próxima da base de Ain Al-Asad, onde estão posicionados aviões americanos da coalizão internacional liderada por Washington que apoia as forças iraquianas na luta contra o EI.

O Comando Conjunto de Operações (JOC), que reúne as forças envolvidas na luta contra o EI, publicou um comunicado sobre a operação, mas sem mencionar vítimas.

O texto afirma que as forças iraquianas receberam informações sobre uma "reunião em Al-Bagdadi com a presença do comandante terrorista Karim Al-Sumarmad". Um ataque foi ordenado com "apoio aéreo da coalizão. Quando o terrorista foi detido, e as tropas prosseguiam com a operação, uma granada foi lançada de uma casa vizinha".

Ao retornar a sua base, as forças iraquianas encontraram um comboio de carros que seguiam para a casa suspeita. Como não sabiam que eram reforços policiais e de efetivos adicionais das forças paramilitares Hashd al-Shaabi, alertaram a coalizão, que realizou o bombardeio.

Uma investigação foi iniciada, segundo o JOC.

O porta-voz da coalizão, coronel Ryan Dillon, afirmou que o ataque aconteceu a pedido das forças iraquianas, que devem liderar a investigação.

Os líderes das milícias pró-iranianas que constituem a espinha dorsal das forças Hashd, que desempenharam um papel importante na operação contra o EI, não ficaram convencidos com a explicação.

O líder da milícia popular xiita Moqtada Sadr, que coordenou vários protestos contra as tropas estrangeiras após a invasão de 2003, pediu uma ação imediata contra os responsáveis pelo ataque.

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