Polícia de Paris: país está sob alerta de segurança desde janeiro, quando suas tropas começaram a combater militantes associados à Al Qaeda no Mali. (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 29 de maio de 2013 às 11h02.
Paris - Um muçulmano preso sob suspeita de apunhalar um soldado francês em Paris agiu com motivações religiosas, disse um promotor nesta quarta-feira.
O ataque aconteceu no dia 25 de maio, três dias depois de um soldado britânico ser morto em Londres por agressores que gritavam slogans islâmicos.
A França está sob alerta de segurança desde janeiro, quando suas tropas começaram a combater militantes associados à Al Qaeda no Mali.
O promotor François Molins disse que as autoridades estão tratando o ataque de Paris como um ato terrorista.
O suspeito havia sido observado por uma câmera de segurança recitando uma prece islâmica minutos antes do ataque contra um soldado que patrulhava o bairro financeiro de La Défense, no oeste de Paris, segundo Molins.
"A natureza do incidente, o fato de ele ter ocorrido três dias depois (do ataque) de Londres e a oração logo antes do ato nos levam a crer que ele agiu com base na ideologia religiosa, e que seu desejo era atacar um representante do Estado", disse Molins em entrevista coletiva. "Parece claro que a intenção era matar." O soldado, apunhalado pelas costas, teve alta do hospital na segunda-feira.
O suspeito, identificado por Molins apenas como Alexandre, foi detido na quarta-feira em um subúrbio parisiense, depois de ser identificado pelas impressões digitais, disseram fontes policiais anteriormente. Autoridades disseram que ele completa 22 anos na quinta-feira.
De acordo com o promotor, o suspeito já tem antecedentes criminais por furto e porte ilegal de armas. Não foram informados detalhes da sua origem étnica, mas sabe-se que ele se converteu ao islamismo já adulto.
A França tem a maior população muçulmana da Europa, estimada em 5 a 6 milhões de pessoas, um legado da colonização francesa no norte e oeste da África, com subsequentes ondas de migração para os subúrbios de cidades como Paris, Marselha e Lyon.
Na Grã-Bretanha, o assassinato do soldado, atribuído a dois britânicos de origem nigeriana, também convertidos quando adultos ao islamismo, foi tratado pelo governo como ato terrorista. O incidente gerou intensos protestos anti-islâmicos de grupos de direita.