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Ataque em Istambul mancha celebrações de Ano Novo no mundo

Caso reavivou o medo de atentados, contra os quais dezenas de cidades de todo o mundo se prepararam

Ataque: o pânico e a confusão tomaram conta da boate Reina, onde havia entre 700 e 800 pessoas (Osman Orsal/Reuters)

Ataque: o pânico e a confusão tomaram conta da boate Reina, onde havia entre 700 e 800 pessoas (Osman Orsal/Reuters)

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AFP

Publicado em 1 de janeiro de 2017 às 10h29.

São Paulo - O ataque contra uma conhecida boate de Istambul, que deixou quase 40 mortos, manchou as celebrações do Ano Novo e reavivou o medo de ataques terroristas, contra os quais dezenas de cidades de todo o mundo se prepararam.

O pânico e a confusão tomaram conta da boate Reina, onde havia entre 700 e 800 pessoas, setenta das quais ficaram feridas. Algumas pessoas mergulharam no Bósforo para escapar das balas.

Sydney deu a largada para as boas-vindas a 2017, que neste ano se destacaram pelo reforço das medidas de segurança.

Cerca de 1,5 milhão de pessoas se concentraram nas imediações da ponte da baía da maior cidade da Austrália para admirar os espetaculares fogos de artifício.

Milhares de pessoas também acompanharam o espetáculo pirotécnico no porto de Hong Kong, enquanto o Japão começou o ano soltando balões.

Moscou passou a virada do ano tingindo de vermelho o céu da Praça Vermelha com um amplo show de fogos de artifício.

A famosa Champs Élysées de Paris acolheu meio milhão de pessoas, que se despediram de 2016 através de um cronômetro projetado no Arco do Triunfo, que marcou a contagem regressiva e deu as boas-vindas a 2017 em uma série de idiomas.

O Rio de Janeiro e sua praia de Copacabana, um dos tradicionais cartões postais de Ano Novo no continente americano, se despediram de 2016 com a doce lembrança de terem vivido Jogos Olímpicos históricos.

Protegidos por cerca de 2.000 policiais militares, cerca de dois milhões de pessoas assistiram da areia os impressionantes fogos de artifício, mais curtos que de costume devido à grave crise econômica que o Brasil atravessa.

Nova York se tornou o epicentro das comemorações dos Estados Unidos, onde cerca de um milhão de pessoas - muitas estrangeiras - iniciaram o ano na Times Square se abraçando sob uma chuva de confetes e fotografando os fogos de artifício.

O prefeito Bill de Blasio serviu como mestre de cerimônias, enquanto o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, foi o encarregado de apertar o botão que iniciou a queda da tradicional bola.

Em Los Angeles, dezenas de milhares de pessoas se reuniram no Grand Park em meio a um show de música que misturou ritmos latinos, hip-hop e disco, acompanhado de um espetáculo de luzes em 3D.

Ano sangrento

As celebrações alegres e coloridas colocaram um ponto final a um ano especialmente sangrento, violento e dramático, com a guerra na Síria, a crise migratória na Europa e numerosos atentados terroristas em todo o mundo.

O desejo de paz continuava sendo ouvido na Colômbia, após o acordo assinado pelas autoridades e pela guerrilha das Farc para colocar fim a mais de 52 anos de confronto armado.

O ano de 2016 se destacou pelos terremotos políticos, com eventos chocantes, como o referendo a favor da saída do Reino Unido da União Europeia ou vitórias eleitorais de candidatos controversas, de Estados Unidos às Filipinas.

Também será lembrado pelo número de celebridades que morreram, como David Bowie, Prince, George Michael, Mohamed Ali ou Carrie Fisher.

Tragédia no Iraque

Além do ataque em Istambul, ao menos 27 pessoas morreram em Bagdá em um duplo atentado suicida em um mercado, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI).

Fadhel al Araji, um jovem iraquiano de 21 anos do bairro de Sadr City, transportava sua cerveja no banco de trás do carro.

"Hoje é dia de se divertir. Todos podem fazer o que quiserem e ninguém se importa. Precisamos de uma noite como esta, o Iraque precisa", disse enquanto dirigia seu maltratado Toyota.

Na cidade síria devastada de Aleppo, Abdel Wahab Qabani, um estudante de 20 anos, também estava determinado a começar 2017 de forma positiva. "Nos últimos dois anos não saí no Ano Novo. Desta vez vou festejar", disse.

Em outras cidades do mundo árabe, como Dubai, os fogos de artifício lançados a partir do arranha-céu mais alto do mundo, Burj Khalifa, agradaram a todos. O Ano Novo foi realizado sem incidentes, ao contrário do ano passado, quando um incêndio tomou conta do prédio adjacente.

Blocos de cimento

De Paris, Orlando, Bruxelas ou Ouagadougou, a lista de cidades atingidas por ataques extremistas foi muito longa em 2016 e, por isso, as medidas de segurança eram grandes em todos os países.

As autoridades nacionais temiam, em especial, a possibilidade de um ataque com veículos avançando contra a multidão, como ocorreu em Nice (86 mortos em 14 de julho) e Berlim (12 mortos em 19 de dezembro), onde os criminosos utilizaram caminhões.

A Alemanha reforçou as precauções instalando blocos de cimento e veículos blindados perto do Portão de Brandemburgo e multiplicando por 10 o número de agentes em Colônia.

Em Nova York, 165 veículos "bloqueadores" - como caminhões do serviço de limpeza - foram instalados em "locais estratégicos", principalmente nas proximidades de Times Square.

Segundo extra

Os dispositivos de segurança também foram reforçados em Roma, especialmente em torno da Basílica de São Pedro, onde o papa Francisco falou no tradicional Te Deum para dedicá-lo à juventude, com quem a sociedade tem uma "dívida", segundo o pontífice.

Em Madrid, 800 agentes de segurança foram mobilizados na Puerta del Sol, onde 25.000 privilegiados receberam o novo ano comendo uvas no compasso das doze badaladas da meia-noite.

Na França, quase 100.000 policiais, gendarmes e militares foram mobilizados, enquanto em Nova York 7.000 agentes se encarregaram da segurança.

Mas antes de entrar no ano novo, os cidadãos de todo o mundo tiveram mais um segundo para aproveitar esta noite especial.

O minuto que ia das 23h59 às 00h00 durou um segundo a mais, 61, devido à inclusão de um "segundo intercalar" que permitiu sincronizar o tempo astronômico da rotação da Terra com a escala de tempo atômica, muito mais precisa.

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