Ataque com faca próximo deixa quatro feridos em Paris, diz premiê (Gonzalo Fuentes/Reuters)
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2020 às 08h11.
Última atualização em 25 de setembro de 2020 às 16h55.
Um ataque à faca deixou ao menos quatro pessoas feridas em Paris nas proximidades do que era a antiga redação da revista satírica Charlie Hebdo. O jornal foi atacado em 2015 após fazer uma charge com o profeta Maomé.
Dos feridos nesta sexta-feira, 25, ao menos dois estão em estado crítico.
A polícia acredita que só uma pessoa foi responsável pelo ataque, e um suspeito já foi preso nos arredores. Mais cedo, a suspeita era de que teriam sido duas pessoas responsáveis, segundo informou uma fonte policial à agência Reuters.
O ataque ocorreu por volta do que é o horário do almoço na França, primeiras horas da manhã no Brasil. Um cordão de segurança foi instalado ao redor do local e as escolas, moradores e comércios da região fecharam momentaneamente as portas.
A redação do Charlie Hebdo hoje fica em outro local, não mais no quarteirão onde as pessoas foram atacadas nesta sexta-feira.
Até hoje, há uma placa no antigo endereço, na rue Nicolas-Appert, com o nome das vítimas mortas na revista em 2015. Entre as vítimas estavam membros da equipe do Charlie Hebdo e agentes da polícia francesa.
No ataque ao Charlie Hebdo em 2015, os irmãos Saïd e Chérif Kouachi entraram armados com fuzis e mataram 12 pessoas no escritório da publicação. Os dois afirmaram ser da organização terrorista Al-Qaeda e, nos dias que se seguiram, um deles matou ainda mais 5 pessoas na França.
A Justiça francesa julga atualmente 14 pessoas suspeitas de estarem envolvidas no planejamento do ataque.
Conhecido pelas charges satíricas, o Charlie Hebdo foi editado pela primeira vez entre 1969 e 1981, e depois recriado em 1992. As primeiras caricaturas polêmicas de Maomé e do islamismo foram publicadas em 2006 e se repetiram nos anos seguintes, sendo criticadas por parte da comunidade islâmica, que considerava as publicações desrespeitosas.
Em 2011, a antiga sede do jornal já havia sido destruída por uma bomba, e o site da publicação foi hackeado -- em ataque que foi na época criticado pelas organizações muçulmanas na França.
Desde o ataque em 2015, jornalistas do Charlie Hebdo seguem recebendo ameaças pelas redes sociais. Os trabalhadores da publicação relataram à agência francesa AFP que a rotina mudou completamente e que mais da metade do faturamento do jornal é gasto sem segurança.
“No total, os custos aumentaram entre 1 e 1,5 milhão de euros anuais, completamente a cargo da revista”, afirmou o diretor de redação e cartunista Riss à AFP em 2018.
(Com Reuters)