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Ataque aéreo na Síria sem aval da ONU seria ato de agressão

Ministério de Relações Exteriores da Rússia afirmou que ataque seria uma grosseira violação da lei internacional


	Síria: Barack Obama declarou que havia autorizado ataques aéreos dos EUA na Síria e no Iraque
 (Jalaa Marey/AFP)

Síria: Barack Obama declarou que havia autorizado ataques aéreos dos EUA na Síria e no Iraque (Jalaa Marey/AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2014 às 12h20.

Moscou - A Rússia declarou nesta quinta-feira que ataques aéreos contra militantes islâmicos na Síria sem um mandato do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) seriam um ato de agressão, o que pode fazer surgir um novo confronto com o Ocidente nas próximas semanas.

"O presidente dos Estados Unidos falou diretamente sobre a possibilidade de ataques das forças armadas dos EUA contra posições do Estado Islâmico na Síria sem o consentimento do governo legítimo”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Alexander Lukashevich.

“Essa medida, na falta de uma decisão do Conselho de Segurança da ONU, seria um ato de agressão, uma grave violação da lei internacional.” Na quarta-feira, Barack Obama afirmou ter autorizado os ataques aéreos na Síria pela primeira vez e mais incursões no Iraque, uma escalada da campanha contra o Estado Islâmico, que assumiu o controle de vastas áreas dos dois países.

Os países ocidentais descartaram a possibilidade de trabalhar com o presidente sírio, Bashar al-Assad, dizendo que ele contribuiu indiretamente para que o grupo radical sunita crescesse, ao enfraquecer outros grupos de oposição.

Obama, que deve presidir uma conferência de segurança com outros líderes na Assembleia Geral da ONU dentro de duas semanas, não fez menção à busca de um consenso internacional para agir na Síria.

A Rússia, que é membro permanente do conselho da ONU e tem poder de veto, tem dado um apoio crucial a Assad na guerra civil do país, que já matou mais de 200 mil pessoas.

Moscou forneceu armas e bloqueou esforços ocidentais e árabes para a adoção de resoluções no Conselho de Segurança da ONU com críticas a Assad ou o ameaça de sanções.

O governo russo vem argumentando que não acredita que a oposição síria possa preencher o vácuo que seria deixado pela saída de Assad, alertando que o país cairia nas mãos de militantes islâmicos.

A França, aliada essencial dos EUA na coalizão que está sendo arquitetada, declarou na quarta-feira estar pronta para participar dos ataques aéreos no Iraque, mas que seu envolvimento em qualquer ação militar na Síria precisaria do respaldo da lei internacional.

O ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, afirmou que o governo iraquiano pediu ajuda internacional, mas que na Síria a base legal teria que ser estabelecida de antemão.

As autoridades francesas têm afirmado que esta base viria ou de uma resolução do Conselho da ONU ou dos termos do Artigo 51 da Carta das Nações Unidas, que permite a proteção de populações ameaçadas.

"Os russos não têm obrigações para com Assad", afirmou um diplomata francês graduado. “É de seu interesse, tanto quanto do nosso, combater o terrorismo, entã,o é de esperar que possamos encontrar maneiras pragmáticas e objetivas para resolver nossas diferenças e encontrar um meio de entrar em acordo”.

Atualizado às 12h20

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