Curdistão: ataque acontece um dia depois que centenas de manifestantes atearam fogo ao consulado do Irã na cidade iraquiana de Basra (Azad Lashkari/Reuters)
EFE
Publicado em 8 de setembro de 2018 às 11h05.
Erbil (Iraque) - Pelo menos nove pessoas morreram e mais de 30 ficaram feridas neste sábado após o impacto de morteiros supostamente lançados desde o Irã contra uma sede do separatista Partido Democrático do Curdistão (PDKI) no leste de Erbil, capitão da região autônoma do Curdistão iraquiano.
"Uma das sedes do opositor Partido Democrático do Curdistão Iraniano foi bombardeada pelo Irã, o que causou a morte de nove pessoas e outras 30 ficaram feridas, entre elas civis", na cidade de Koya, fronteiriça com o Irã, disse em comunicado o chefe da polícia de Koya, Shursh Kaka.
Por outro lado, o agrupamento separatista informou em comunicado que "projéteis foram lançados pelo Irã contra uma sede de seu partido onde seus membros estavam realizando reuniões de alto nível".
Até o momento, as autoridades iranianas não reagiram diante destas informações.
Em sua conta oficial do Twitter, o partido indicou que os ataques tiveram como alvo campos de deslocados nos quais pelo menos 50 pessoas sofreram lesões.
Segundo o meio de comunuicação curdo "Rudaw", o secretário-geral do grupo separatista Mustafa Mawludi, assim como seu predecessor Khaled Azizi, foram feridos no ataque à sede enquanto participavam de reuniões de alto nível.
Este ataque acontece um dia depois que centenas de manifestantes atearam fogo ao consulado do Irã na cidade iraquiana de Basra, situada no sul do país e cuja população é de maioria xiita, onde existe uma crise social e sanitária.
Os grupos armados dos partidos curdos opositores ao Irã se concentram em Koya e em outras zonas dentro da região do Curdistão iraquiano, fronteiriça com Irã e Turquia.
Os ataques dos grupos armados que compartilham as aspirações separatistas do PDKI contra a Guarda Revolucionária iraniana desde os montes de Qandil são frequentes.
Nessa região também estão presentes membros do proscrito Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerados "terroristas" pela Turquia.
Os curdos, o terceiro maior povo em número de Ásia Ocidental, com mais de 30 milhões de pessoas, depois dos árabes e dos turcos, é a minoria étnica mais numerosa sem Estado próprio.
Sua população está repartida entre Turquia (15 milhões), Irã (10 milhões), Iraque (6,5 milhões), Síria (2 milhões) e Armênia (1 milhão). EFE