Burkina Fasso vive um aumento da violência islâmica neste ano (Joe Penney/Reuters)
Reuters
Publicado em 29 de abril de 2019 às 12h09.
Última atualização em 29 de abril de 2019 às 12h11.
Dacar — Atiradores não-identificados mataram um pastor e cinco fiéis em uma igreja protestante no norte de Burkina Fasso no domingo, informaram autoridades, no primeiro ataque a uma igreja em um país que vivencia um aumento da violência islâmica neste ano.
O país, que se orgulha de uma história de tolerância religiosa, tem sido afligido por um aumento nos ataques à medida que grupos localizados no vizinho Mali buscam estender sua influência sobre o Sahel, a árida região ao sul do Saara.
O governo declarou estado de emergência em diversas províncias fronteiriças ao Mali em dezembro devido a ataques islâmicos fatais, inclusive em Soum, região onde o ataque de domingo ocorreu.
O porta-voz Remy Fulgance Dandjinou disse nesta segunda-feira que o último ataque foi o primeiro a mirar uma igreja no país de maioria muçulmana, onde grupos religiosos têm historicamente convivido em paz.
"Grupos armados... têm todo o interesse em perturbar ou ir contra o bom entendimento entre as religiões. Temos observado essa estratégia em outros países da região e do mundo", disse Rinaldo Depagne, diretor de projetos da África Ocidental no Grupo Internacional de Crise.
Dandjinou disse à Reuters que o ataque ocorreu na região de Silgadji. Ele afirmou que não podia fornecer mais detalhes sobre o episódio ou os suspeitos.
Cerca de 55 a 60 por cento da população de Burkina Fasso é muçulmana, 20 a 25 por cento são cristãos e os demais seguem crenças tribais, de acordo com o Departamento de Estados norte-americano.