Jornalistas: a denúncia que foi exemplificada através dos casos de espionagem à agência "Associated Press (AP)" e a um profissional da emissora "Fox News" (Bruce Bennett/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de maio de 2013 às 09h37.
Washington - A Associação de Correspondentes da Casa Branca declarou preocupada nesta terça-feira com o comportamento "agressivo" do governo do presidente Barack Obama contra os jornalistas, denúncia que foi exemplificada através dos casos de espionagem à agência "Associated Press (AP)" e a um profissional da emissora "Fox News".
Esses dois casos levantam "sérias perguntas" sobre "se o governo não se tornou agressivo demais no acompanhamento dos movimentos dos jornalistas, seus registros telefônicos e, inclusive, seus e-mails pessoais", indagou o presidente da associação, Ed Henry, em comunicado.
"Os jornalistas não devem ser ameaçados com processos pelo simples fato de fazerem seus trabalhos", acrescentou Henry.
Este parece ser o caso de James Rosen, correspondente da "Fox News" em Washington que foi investigado pelo Departamento de Justiça e pelo FBI.
Em 2010, Rosen passou a ser investigado após de publicar uma matéria denunciando a possível realização de um teste nuclear por parte da Coreia do Norte.
O suspeito de ser a fonte de Rosen é o ex-funcionário do Departamento de Estado Stephen Jin-Woo Kim, que está sendo investigado sob a chamada Lei de Espionagem.
Segundo o jornal "The Washington Post", o agente do FBI encarregado de obter a ordem judicial para vigiar o e-mail de Rosen justificou a medida alegando que o jornalista era "pelo menos cúmplice ou colaborador" de crimes por seus contatos com o ex-funcionário.
A revelação sobre a espionagem ao jornalista da "Fox News", um canal muito crítico ao governo de Obama, veio à tona depois da divulgação de que Executivo também obteve, em sigilo, registros telefônicos de jornalistas da agência de notícias "AP" na investigação de outro vazamento.
No comunicado divulgado hoje, a Associação de Correspondentes também expressou sua "solidariedade" aos jornalistas citados e declarou que "não há nada mais sagrado" para a profissão que o princípio da liberdade de imprensa.