Trump: no passado Trump não mostrou receio de criticar a Arábia Saudita (Jake Parrish / Reuters)
Da Redação
Publicado em 25 de maio de 2016 às 09h36.
Willston - Dois assessores de energia do provável candidato presidencial republicano Donald Trump querem que ele use seu importante discurso de política energética nesta semana para repreender membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) por forçarem a redução dos preços mundiais do produto.
Os conselheiros, segundo os quais a campanha de Trump lhes pediu sugestões para o discurso, afirmaram à Reuters que também sugeriram que ele mencione cortes de regulamentações e uma otimização do código federal de impostos para tornar as empresas de energia dos Estados Unidos mais competitivas.
Kevin Cramer, congressista da Dakota do Norte, e outro assessor que pediu para não ser identificado disseram ter exortado Trump a criticar a Opep por contribuir para a queda acentuada no valor do petróleo ao produzir em grande quantidade, um fator que ajudou a levar muitas petroleiras dos EUA à falência.
"Temos que olhar o palco global e ver quais de nossos parceiros – Opep, Irã, Rússia – estão jogando limpo no mercado global", disse Cramer a respeito dos conselhos que vem dando ao magnata do setor imobiliário.
No passado Trump não mostrou receio de criticar a Arábia Saudita, principal produtora da Opep. Ele já declarou que os EUA deveriam cogitar suspender a compra de petróleo de Riad se os sauditas não fornecerem tropas para combater militantes do Estado Islâmico que controlam partes da Síria e do Iraque.
O discurso do bilionário na quinta-feira na Conferência do Petróleo de Williston Basin na Dakota do Norte, coração da região extrativista dos EUA, que vem sendo duramente afetada pela redução do preço do petróleo, pode revelar pela primeira vez como ele irá tratar do setor energético se for eleito.
A porta-voz da campanha de Trump se recusou a comentar, e não ficou claro se o postulante à Casa Branca irá aproveitar as ideias de seus assessores.
Até agora Trump não se pronunciou sobre os detalhes de sua política energética. Ele refutou a mudança climática, que vê como uma farsa, prometeu renegociar o acordo climático da Organização das Nações Unidas (ONU) e ressuscitar a indústria carvoeira norte-americana, abalada pelos preços baixos e pelas regulamentações que limitam as emissões de poluentes.
Ambientalistas e Hillary Clinton, a provável candidata presidencial democrata, repudiaram sua posição por minimizar os riscos econômicos e sociais da mudança clima.