Assessor de segurança nacional da Casa Branca, John Bolton (Alexander Zemlianichenko/Reuters)
EFE
Publicado em 6 de janeiro de 2019 às 14h42.
Jerusalém, 6 jan (EFE).- O assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, iniciou neste domingo uma visita oficial a Israel durante a qual abordará a situação na região, após o anúncio do presidente Donald Trump de retirar as tropas americanas da Síria.
Bolton começou sua estadia no Muro das Lamentações de Jerusalém, situado na parte oriental ocupada por Israel desde 1967, o que suscitou críticas do secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat.
"O fato de representantes de uma superpotência arruinarem o direito internacional só conduzirá à anarquia e à lógica do poder ao invés do poder da lógica. Este comportamento não mudará o fato de que o Jerusalém oriental é um território ocupado e a capital do estado da Palestina", escreveu Erekat no Twitter sobre a visita a esse lugar feita por Bolton junto ao embaixador dos Estados Unidos em Israel, David Friedman.
Os palestinos mantêm uma tensa relação com Washington desde que Trump reconheceu Jerusalém como capital de Israel.
A agenda de Bolton em Israel está marcada pela situação de segurança na região, que abordará durante a reunião prevista para hoje com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, como ele mesmo anunciou neste domingo durante o encontro de seu gabinete de Governo.
"Falaremos dos esforços para bloquear a agressão iraniana na nossa região, a situação na Síria como consequência da decisão do presidente Trump e a conversa que tive com (o dirigente russo, Vladímir) Putin na sexta-feira, além do aprofundamento da inteligência e cooperação operacional entre Israel e EUA, mais próxima", antecipou Netanyahu.
Israel considera o Irã a maior ameaça à sua existência e nos últimos anos fez centenas de ataques na Síria contra alvos iranianos e de seus aliados, ao acusar Teerã de tentar consolidar a sua presença nesse território.
O país atua em solo sírio em coordenação com a Rússia, que apoia o regime do presidente Bashar Al-Assad, uma parceria que ambos reafirmaram.
Após o encontro com Netanyahu e outros representantes israelenses, Bolton partirá rumo à Turquia. EFE