Nova York - O general reformado Michael Flynn, que será o próximo conselheiro de segurança nacional no governo de Donald Trump, conversou com o embaixador russo nos Estados Unidos um dia antes que o país anunciasse sanções contra a Rússia.

Um porta-voz da equipe do presidente eleito, Sean Spicer, confirmou nesta sexta-feira essa conversa por telefone entre Flynn e o diplomata russo, Serguei Kislyak, mas disse que foi "simplesmente" para coordenar um contato telefônico entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin.

"Trocaram apenas informação logística", acrescentou o porta-voz, respondendo a perguntas sobre notícias publicadas ontem na imprensa americana que davam conta que essa ligação poderia ter implicações legais.

Segundo o jornal "The Washington Post", esse contato pode ter violado uma lei que impede os americanos de manter negociações sem autorização com governos estrangeiros que entraram em conflito com os Estados Unidos.

O governo de Barack Obama acusou a Rússia e a seu presidente de estarem por trás dos ataques cibernéticos registrados durante o processo eleitoral que culminou com o pleito de 8 de novembro, em ações que aparentemente favoreceram Trump.

Por causa dessas denúncias, a Casa Branca anunciou no dia 29 de dezembro uma série de represálias contra a Rússia que incluíram sanções econômicas e a expulsão de 35 diplomatas, além de outras medidas que seriam aplicadas em segredo.

Spicer afirmou que Flynn havia contatado o embaixador russo no Natal, por meio de uma mensagem de texto, para desejar boas festas, e em 28 de dezembro houve outra mensagem de texto para combinar uma ligação telefônica.

No final essa ligação acabou acontecendo no mesmo dia, mas o porta-voz lhe diminuiu importância e insistiu que só buscava coordenar um contato entre Putin e Trump depois que este chegar à Casa Branca na próxima sexta-feira.