Em Kiev, na Ucrânia, um manifestante se protege: assessor do presidente Vladimir Putin com responsabilidade nas relações com a Ucrânia afirmou a um jornal que a "interferência" norte-americana descumpria um tratado de 1994 (REUTERS/Vasily Fedosenko)
Da Redação
Publicado em 6 de fevereiro de 2014 às 14h05.
Kiev - Um importante assessor do Kremlin acusou nesta quinta-feira os Estados Unidos de armarem os "rebeldes" ucranianos e, pedindo que o governo em Kiev acabe com o que foi chamado de uma tentativa de golpe, alertou que poderia haver uma intervenção para manter a segurança no país vizinho.
Sergei Glazyev, assessor do presidente Vladimir Putin e com responsabilidade nas relações com a Ucrânia, afirmou a um jornal que a "interferência" norte-americana descumpria um tratado de 1994, segundo o qual Washington e Moscou garantiriam juntos a segurança e a soberania da Ucrânia depois que Kiev se desfez do arsenal nuclear da era soviética.
Os característicos comentários duros do assessor, na véspera de um esperado encontro entre Putin e o presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, na abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, pode aumentar as tensões com Washington e na própria Ucrânia.
Perguntado pelo Kommersant, um jornal ucraniano, se a Rússia poderia "ativamente intervir" se a crise na Ucrânia piorar, Glazyev citou o Memorando de Budapeste de 1994: "De acordo com o documento, a Rússia e os EUA são os que garantem a soberania e a integridade territorial da Ucrânia e são obrigados a intervir quando conflitos dessa natureza acontecem".
"E o que os norte-americanos estão fazendo agora, unilateralmente interferindo nos assuntos internos a Ucrânia, é o descumprimento claro do tratado. O acordo é por garantias e ação coletivas."