Manifestante contrária ao presidente Mursi grita palavras de ordem: assessor pediu para que se "chame o que está sucedendo por seu verdadeiro nome: golpe militar". (Suhaib Salem / Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de julho de 2013 às 14h37.
Cairo - Um dos assessores mais próximos do presidente do Egito, Mohamed Mursi, e alto funcionário da Irmandade Muçulmana, Esam Haddad, disse nesta quarta-feira que está havendo um "golpe de Estado" no país, que gerará muita violência.
"Centenas de milhares de pessoas se reuniram em apoio à democracia e ao presidente. E não o abandonarão por esse ataque. Para impedi-los, terá que haver violência, seja do exército, da polícia ou de mercenários. Em qualquer caso, haverá um derramamento de sangue considerável", disse Haddad em sua página no Facebook.
O assessor, para quem esta será a última oportunidade de escrever na rede social, pediu para que se "chame o que está acontecendo por seu verdadeiro nome: golpe militar".
Haddad considerou que a mensagem que se estenderá pelo mundo islâmico será o que "a democracia não é para os muçulmanos".
O conselheiro de Mursi criticou os que querem continuar justificando a necessidade de eleições presidenciais antecipadas no grande número de manifestantes que apoia essa ideia.
Além disso, defendeu as tentativas do presidente nas últimas semanas de convocar um diálogo nacional apesar da rejeição da oposição, que por sua vez "convidava os militares a serem os guardiões do governo no Egito".
"A oposição negou categoricamente todas as opções que implicavam uma volta às urnas", destacou.
Haddad também indicou que, dentro do jogo democrático, Mursi não estava na obrigação de oferecer uma iniciativa como a que apresentou ontem e que contemplava um governo de união nacional e a reforma constitucional, entre outros pontos.
Para o assessor, só era questão de esperar as eleições seguintes e punir Mursi nas urnas.
*Matéria atualizada às 14h37