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Assessor classifica de "inadequado" comportamento de Trump no caso Ucrânia

Pesam acusações de que Trump pressionou o governo ucraniano para que o ajudasse a investigar possível corrupção de Joe Biden, seu adversário político

Donald Trump: presidente americano diz não ter feito "nada de errado" (Carlos Barria/Reuters)

Donald Trump: presidente americano diz não ter feito "nada de errado" (Carlos Barria/Reuters)

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EFE

Publicado em 19 de novembro de 2019 às 19h21.

Washington - O principal especialista do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca (NSC) sobre a Ucrânia, Alexander Vindman, considerou nesta terça-feira durante testemunho no Congresso, "inadequado" o suposto pedido feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao presidente ucraniano, Vladimir Zelenski, que investigasse seu rival político, Joe Biden.

"Eu estava preocupado com a ligação. O que ouvi foi inapropriado. Era inapropriado para o presidente dos Estados Unidos exigir que um governo estrangeiro investigasse um oponente político", disse Vindman, durante audiência pública na investigação da Câmara dos Representantes para abrir um julgamento político contra Trump.

As investigações da Câmara buscam determinar se Trump bloqueou intencionalmente a entrega de ajuda militar de US$ 400 milhões à Ucrânia para conseguir uma investigação em Kiev sobre os negócios do ex-presidente Biden e seu filho Hunter naquele país.

Em seu depoimento, Vindman argumentou que este ano ele percebeu que o então procurador-geral ucraniano, Yuri Lutsenko, e o advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani, "promoveram uma narrativa falsa que prejudica a política dos EUA na Ucrânia".

O tenente-coronel do Exército também quis deixar claro que os militares servem o país, não "qualquer partido político em particular".

Além disso, Vindman descreveu como "repreensíveis" os ataques a funcionários públicos que estão testemunhando no Congresso. "Gostaria de dedicar um momento para reconhecer a coragem dos meus colegas que compareceram e estão programados para comparecer perante esse comissão. Quero deixar claro que os ataques vis contra esses funcionários públicos distintos e honrados são repreensíveis", disse Vindman.

Principal especialista da Casa Branca na Ucrânia, ele ouviu pessoalmente a ligação realizada no dia 25 de junho, onde Donald Trump pediu a Zelenski que investigasse Biden e alertou seus superiores sobre o caso, pois considerou que seu pedido "não era apropriado".

O testemunho de Vindman é especialmente relevante, pois foi ele quem quebrou o argumento de Trump de que todas as testemunhas da investigação tinham informações de "segunda ou terceira mão" sobre suas supostas pressões sobre Kiev.

Por sua parte, Jennifer Williams, assistente do vice-presidente Mike Pence, e que também testemunhou hoje, disse que a ligação entre os dois presidentes era "incomum pois, ao contrário de outras ligações presidenciais, envolvia uma discussão sobre o que parecia ser um questão política interna".

Alexander Vindman e Jennifer Williams são dois dos oito funcionários que testemunharão esta semana no Congresso sobre o "caso da Ucrânia".

Segunda semana de audiências no Congresso aumenta pressão sobre Trump

O tuíte publicado ontem por Trump, no qual indicou que poderia comparecer para depor, não teve qualquer impacto no calendário que o Comitê de Inteligência da Câmara tem previsto para esta semana, com nove testemunhas convocadas.

O mais importante é o de Gordon Sondland, o embaixador americano na União Europeia. Ele teria transmitido ao governo da Ucrânia o pedido de Trump para que Kiev buscasse informações comprometedoras para serem usadas contra o ex-vice-presidente Joe Biden, um dos pré-candidatos democratas favoritos na corrida pela Casa Branca em 2020.

As audiências também incluem diplomatas que já foram sabatinados a portas fechadas na Câmara.

Caminhando para se tornar o terceiro presidente americano a ser submetido a um processo de impeachment, Trump disse pelo Twitter que considera testemunhar para se defender das acusações e que, embora não tenha feito "nada errado" não quer dar credibilidade ao processo que voltou a chamar de "caça às bruxas".

 

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