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Assessor admite reuniões com russos para falar de Hillary

George Papadopoulos teve reuniões com uma mulher que acreditava ser sobrinha do presidente russo, Vladimir Putin, e com o embaixador russo em Londres

Hillary: (Whitney Curtis/Reuters/Reuters)

Hillary: (Whitney Curtis/Reuters/Reuters)

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AFP

Publicado em 30 de outubro de 2017 às 18h46.

Um assessor da campanha eleitoral de Donald Trump se reuniu com funcionários russos em Londres, em março de 2016, para acordar encontros entre as duas partes e obter dados "sujos" sobre Hillary Clinton, segundo documentos jurídicos divulgados nesta segunda-feira (30).

George Papadopoulos, assessor de política externa da campanha, teve reuniões com uma mulher que acreditava ser sobrinha do presidente russo, Vladimir Putin, e com o embaixador russo em Londres em março do ano passado.

Em seguida, disse a outros integrantes da campanha republicana que havia acordado com eles coordenar encontros com Trump e seus assessores.

Um mês depois, reportou que seu contato russo, um professor de quem não se informou o nome, teria-lhe oferecido dados "sujos" sobre Hillary Clinton, a adversária democrata de Trump na corrida presidencial, inclusive "milhares de e-mails", segundo os textos.

Os documentos são parte de uma declaração de culpa de Papadopoulos, na qual ele admitiu ter mentido a investigadores sobre um possível conluio entre a campanha de Trump e a interferência russa na eleição.

Papadopoulos, que vivia em Londres, foi informado por um supervisor de campanha em março que um dos focos da política externa de Trump era melhorar as relações com a Rússia.

Em maio e junho de 2016, Papadopoulos manteve várias reuniões com os contatos russos e enviado um e-mail a um dos principais encarregados da campanha, pressionando por uma reunião entre os russos e o próprio Trump.

Depois que Trump foi indicado candidato republicano, Papadopoulos também discutiu em e-mails uma possível reunião extraoficial entre membros da campanha e integrantes do entorno de Trump.

Não está claro qual foi a resposta dos encarregados da campanha, salvo por comentários como "grande trabalho" de parte de um supervisor.

A acusação contra Papadopoulos é a evidência mais forte do possível conluio entre a Rússia e a campanha de Trump para favorecer sua eleição.

No acordo de culpa, introduzido em 5 de outubro e divulgado na segunda-feira, Papadopoulos se declarou culpado de mentir aos investigadores do FBI.

"Através de suas falsas declarações e omissões, o acusado Papadopoulos impediu a investigação em curso do FBI sobre a existência de vínculos ou coordenação entre indivíduos associados com a campanha e os esforços do governo russo para interferir nas eleições presidenciais de 2016", destacou a acusação, assinada pelo procurador especial, Robert Mueller.

Papadopoulos pode ser condenado a um máximo de cinco anos de prisão e a pagar uma multa de 250.000 dólares. Mas, segundo sugerem os documentos, sua sentença pode ser abrandada se cooperar com a investigação.

A acusação formal e a declaração de culpa de Papadopoulos foram reveladas pouco após o ex-chefe da campanha, Paul Manafort, e seu sócio comercial, Rick Gates, serem indiciados por conspiração contra os Estados Unidos, lavagem de dinheiro e declarações falsas.

Estas foram as primeiras acusações divulgadas pelo procurador especial Mueller desde que assumiu o caso sobre a Rússia em maio.

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