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Assassino de Toulouse morreu com tiro na cabeça

Segundo procurador-geral, o assassino morreu em plena operação de invasão das forças de elite da Polícia francesa para capturá-lo

Policiais das forças de elite se preparam para a operação em Toulouse: eles atuaram 'em legítima defesa', defendeu o procurador (Pascal Guyot/AFP)

Policiais das forças de elite se preparam para a operação em Toulouse: eles atuaram 'em legítima defesa', defendeu o procurador (Pascal Guyot/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de março de 2012 às 12h36.

Paris - O assassino confesso de sete pessoas em Toulouse e Montauban nos últimos dias morreu ferido por um disparo na cabeça em plena operação de invasão das forças de elite da Polícia francesa para capturá-lo, informou nesta quinta-feira o procurador-geral de Paris, François Molins.

Em entrevista coletiva em Toulouse, o procurador-geral insistiu que os agentes do RAID tinham o objetivo de fazer tudo o possível para capturá-lo vivo e atuaram 'em legítima defesa' quando o suspeito saltou pela janela do apartamento disparando contra eles.

Molins detalhou que o jovem, um francês de origem argelina com 23 anos de idade, disse atuar sozinho em nome da organização terrorista Al Qaeda e tinha gravado com uma câmera pendurada no pescoço os crimes que são atribuídos a ele, cujas imagens foram assistidas na quarta-feira à noite pela Polícia.

Nelas é possível ver que no primeiro assassinato, de um militar do regimento de paraquedistas que aconteceu em Toulouse no dia 11 de março, ele disse a sua vítima: 'Você mata meus irmãos, e eu te mato'.

O mesmo sangue frio ele mostrou, segundo pode ser observado na gravação, no assassinato de outros dois militares em Montauban quatro dias mais tarde, e no assassinato de três crianças e um adulto, pai de duas delas, em uma escola judia de Toulouse nesta segunda-feira.

Molins lembrou assim que o suspeito foi identificado, a operação para detê-lo começou na madrugada da quarta-feira às três da manhã em seu domicílio de Toulouse, onde até o desenlace desta manhã Merah passou 32 horas cercado.

Nesse tempo, segundo o procurador, a operação passou por diversas fases: após os disparos que os agentes receberam de madrugada, que provocaram dois feridos, foi iniciada uma negociação na qual o suspeito manifestou em duas ocasiões sua vontade de se entregar.


'A partir das 22h45 ele mudou radicalmente de atitude', disse Molins na entrevista coletiva, na qual explicou que o assassino disse então ter refletido e querer 'morrer com as armas nas mãos'.

'Se eu morrer, pior para mim, mas vou ao paraíso. Se vocês morrem, pior para vocês', advertiu aos negociadores, que durante toda a noite optaram por uma estratégia de desgaste mental do suspeito, com detonações regulares com as quais conseguiram romper a porta de entrada.

Quando os agentes iniciaram a invasão, às 6h30 do horário de Brasília, 'ele saiu brutalmente do banheiro armado, disparou contra os agentes e avançou saltando pela janela', lembrou Molins, dizendo que disparou contra os membros do RAID.

O promotor insistiu que nessas 32 horas houve uma 'perfeita cooperação' entre as autoridades administrativas e judiciais e foi feito tudo o que foi possível para capturá-lo vivo para que pudessem apresentá-lo perante a Justiça.

A operação continua agora com a análise das conversas mantidas com os negociadores e das imagens gravadas com sua câmera, das quais não há certeza se foram divulgadas na Internet, e com o interrogatório aos detidos, entre os quais se encontra seu irmão Abdelkader, conhecido também por seus vínculos salafistas, e que tinha explosivos no carro.

A entrevista do procurador aconteceu após o presidente da França, Nicolas Sarkozy, anunciar de Paris uma reforma legislativa para impor penas a quem consulta páginas da internet que façam apologia ao terrorismo ou a violência ou que viajam ao exterior para passar por doutrinas deste tipo de ideologias.

*Matéria atualizada às 12h35

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