Julian Assange, fundador do WikiLeaks, falando na sacada da embaixada do Equador, em Londres: ele está refugiado ali desde junho (Olivia Harris/Reuters)
Da Redação
Publicado em 20 de agosto de 2012 às 13h07.
Londres - O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, dispõe de um chuveiro, de um forno micro-ondas, de uma esteira para se exercitar e, principalmente, de um computador com acesso à internet no pequeno quarto da embaixada do Equador em Londres, onde está confinado há dois meses, indicaram seus amigos.
O britânico Vaughan Smith, que visitou Assange na semana passada, considera que suas condições de vida na embaixada equatoriana são rudimentares, mas confortáveis.
Smith alojou Assange por mais de um ano em sua casa de campo, onde o australiano permanecia sob prisão domiciliar desde dezembro de 2010.
"Não é pior que uma cela, isto é certo", disse Smith à AFP. "A principal razão pela qual é melhor é que pode utilizar um computador e ter acesso à internet", acrescentou.
Assange, que tenta impedir sua extradição à Suécia, onde é acusado de estupro e agressão sexual de duas mulheres, está refugiado na embaixada do Equador em Londres desde 19 de junho passado.
A embaixada está situada no exclusivo bairro de Knightsbridge, perto da grande loja de departamentos Harrods.
Na quinta-feira, o governo equatoriano concedeu asilo diplomático a ele, alegando que existe um risco de que Assange seja extraditado da Suécia aos Estados Unidos, país onde pode ser condenado à morte por espionagem devido à publicação de documentos diplomáticos americanos em seu site WikiLeaks.
Em 2010, a divulgação destes documentos criou uma grande revolução internacional e lançou Assange à fama.
Segundo Vaughan Smith, Assange se mantém em forma correndo na esteira várias vezes ao dia, esquenta sua comida em um forno micro-ondas e passa várias horas por dia na frente do computador.
Smith descartou que receba comida da luxuosa loja Harrods. "Penso que paga sua comida e não tem tanto dinheiro", disse Smith.
Assange pode receber visitas e trabalhar. Tem muito a fazer, entre a batalha jurídica contra Visa e Mastercard (que bloquearam as contas do WikiLeaks), o caso sueco e fazer o site funcionar", disse Smith.
Smith, um ex-militar convertido em jornalista e especializado na agricultura ecológica, emprestou a Assange 20.000 dólares para pagar a fiança.
Por sua vez, a porta-voz do WikiLeaks, Kristinn Hrafnsson, indicou à AFP que Assange "está acostumado à vida dura".
"Está de bom humor", disse Hrafnsson, que desmentiu que Assange tenha uma lâmpada de fototerapia em seu quarto, como indicaram meios de comunicação britânicos.