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Da Redação
Publicado em 16 de abril de 2015 às 15h36.
Copenhague - O fundador do Wikileaks, Julian Assange, deu nesta quinta-feira consentimento formal para ser interrogado na embaixada do Equador em Londres, onde está asilado há três anos, pelo caso aberto contra ele há quase cinco na Suécia, onde é acusado de crimes sexuais.
Um dos advogados do jornalista australiano, Thomas Olsson, confirmou que enviaram hoje à promotora superior responsável pelo caso na Suécia, Marianne Ny, uma confirmação escrita atendendo ao pedido feito há dois meses.
A promotoria tinha negado até então essa possibilidade, alegando que as leis suecas exigem que o interrogado esteja no país durante a investigação preliminar deste tipo de crime.
Mas o prazo de prescrição do crime, este ano, fez com que Ny mudasse de ideia. "Esta é uma medida que pedimos durante vários anos, estamos contentes que a promotora tenha chegado ao mesmo parecer", disse hoje Olsson à agência sueca "TT".
Olsson negou que sua defesa tenha reivindicado o acesso a todo o material da investigação e se mostrou esperançoso de que o interrogatório de Assange, refugiado na Embaixada do Equador desde 2012 por medo de ser extraditado da Suécia para os Estados Unidos, comece o mais rápido possível.
A defesa de Assange tinha iniciado no meio do ano passado uma ofensiva nos tribunais suecos para pedir que a ordem de prisão preventiva determinada em 2010, origem de todo o processo, fosse suspensa.
O pedido foi rejeitado em duas instâncias, que justificaram a decisão pela gravidade dos fatos e pelo risco de Assange querer se esquivar do processo legal e de uma hipotética pena, ressaltando, além disso, que ele mesmo podia pôr fim a sua clausura na embaixada.
Mas no parecer publicado em novembro, que ainda aguarda revisão do Supremo após um recurso, o tribunal também criticou a promotora pela paralisia do processo e por não oferecer soluções alternativas.
Assange é procurado por quatro supostos delitos contra duas mulheres, o que ele nega, quando visitava a Suécia em agosto de 2010, mas nunca chegou a ser formalmente acusado.
O processo esteve rodeado de polêmica, da solidez das denúncias e os motivos das litigantes, com vazamentos à imprensa, substituições de promotores e uma reabertura do caso que tinha sido inicialmente reduzido a um delito menor.
Assange foi detido em Londres em dezembro de 2010, quando começou um longo processo judicial no Reino Unido, que culminou com o Supremo britânico negando seu último recurso em junho de 2012.
O Equador concedeu então asilo político ao jornalista para evitar o risco de ele ser extraditado aos EUA, onde poderia enfrentar um julgamento militar por causa do vazamento de informação confidencial, divulgada no Wikileaks.