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Assange pede que EUA esclareçam se pediram sua extradição

O ativista australiano, refugiado há mais de quatro anos na embaixada equatoriana em Londres, insistiu que aceitaria ir aos EUA

Assange: "Nossos advogados perguntaram ao Reino Unido se receberam algum pedido, mas rejeitam confirmá-lo ou negá-lo" (Peter Nicholls/File Photo/Reuters)

Assange: "Nossos advogados perguntaram ao Reino Unido se receberam algum pedido, mas rejeitam confirmá-lo ou negá-lo" (Peter Nicholls/File Photo/Reuters)

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EFE

Publicado em 19 de janeiro de 2017 às 18h26.

Londres - O fundador do Wikileaks, Julian Assange, pediu nesta quinta-feira que Estados Unidos esclareçam se formularam acusações contra ele em segredo e se pediram sua extradição por conta da investigação sobre o vazamento de milhares de documentos secretos em 2010.

O ativista australiano, refugiado há mais de quatro anos na embaixada equatoriana em Londres, insistiu em entrevista coletiva pela internet que aceitaria ir aos EUA se suas autoridades assegurarem que seus direitos "serão respeitados".

"Deveriam encerrar imediatamente o caso (contra o Wikileaks) ou então revelar se existem acusações e um pedido de extradição", afirmou Assange, que adiantou que haverá "muito diálogo" sobre seu futuro, uma vez que foi comutada a pena da ex-soldado Chelsea Manning, que colaborou com o Wikileaks.

O australiano argumentou que não pode se defender das supostas acusações contra ele nos Estados Unidos se não tornarem públicos todos os detalhes da investigação sobre seu site.

As autoridades "alegam que revelar informação substancial sobre o caso poderia afetar de forma negativa as investigações, mas o resultado desta situação é que o processo em si se transformou em uma punição", argumentou Assange.

Uma semana antes de Barack Obama anunciar a libertação nos próximos meses de Manning, que cumpria uma pena de 35 anos, Assange revelou que "aceitaria sua extradição aos Estados Unidos".

"Mantenho tudo o que disse, inclusive minha oferta de ir aos Estados Unidos. Se a sentença de Chelsea é comutada, isso ocorrerá em maio, portanto pode haver muito diálogo até lá", ressaltou.

Assange, de 45 anos, se refugiou em 2012 na embaixada do Equador em Londres para evitar que fosse entregue à Suécia, que pede esclarecimentos sobre seu suposto envolvimento em uma violação "em grau menor".

O australiano nega a acusação, mas se recusou viajar ao país nórdico para se defender por temer ser extraditado de lá para os EUA, onde acredita que poderia inclusive ser condenado à morte por supostas acusações de espionagem.

O antigo hacker argumentou, além disso, que a justiça britânica se recusou até agora a informar sobre se existe um pedido formal por parte de Washington para extraditá-lo.

"Nossos advogados perguntaram ao Reino Unido se receberam algum pedido, mas rejeitam confirmá-lo ou negá-lo", afirmou Assange.

Questionado sobre se a chegada à presidência dos EUA do republicano Donald Trump pode mudar sua situação, o australiano respondeu que "isso está por ver".

"Não podemos esquecer que Obama, durante seu mandato, abriu mais investigações criminais contra jornalistas e delatores que todas as administrações prévias combinadas", afirmou.

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