Assange aparece no telão, durante uma videoconferência em Bruxelas: Visa e MasterCard, há dois anos, negam-se a transferir doações a seu site (AFP / Georges Gobet)
Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2012 às 19h02.
Bruxelas - O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, pediu nesta terça-feira à Comissão Europeia que encerre o bloqueio da Visa e MasterCard, que, há dois anos, negam-se a transferir doações a seu site.
Em um vídeo transmitido diretamente da embaixada do Equador em Londres, onde está refugiado desde junho, Assange disse que o WikiLeaks perdeu pelo menos 50 milhões de dólares em doações por causa do bloqueio das duas grandes empresas.
"Não há soberania sem soberania econômica", disse Assange em coletiva de imprensa virtual divulgada em Bruxelas e Londres.
"É preocupante que partidários da extrema direita nos Estados Unidos tenham conseguido pressionar a Visa e a MasterCard, que juntas têm o monopólio sobre o mercado europeu, para realizar o bloqueio", disse Assange.
A DataCell, empresa islandesa que administra as doações ao Wikileaks e enfrenta graves dificuldades financeiras, denunciou o bloqueio aos serviços de livre concorrência da Comissão.
Contudo, em um relatório preliminar, a instância considerou que não há motivos para continuar investigando o caso.
O fundador do Wikileaks se refugiou na embaixada do Equador em Londres fugindo de uma ordem de extradição à Suécia, onde a justiça quer lhe interrogar por supostos abusos sexuais.
Segundo Assange, trata-se de uma estratégia para extraditá-lo aos Estados Unidos, onde, segundo ele, querem julgá-lo por ter revelado milhares de telegramas secretos através de seu site.