Mundo

Assange é condenado a 50 semanas de prisão por tribunal londrino

Este processo judicial corre paralelo a outro pedido de extradição do jornalista aos Estados Unidos

Assange: um juiz britânico declarou Assange culpado por não ter se apresentado à Justiça há sete anos (Jack Taylor/Getty Images)

Assange: um juiz britânico declarou Assange culpado por não ter se apresentado à Justiça há sete anos (Jack Taylor/Getty Images)

E

EFE

Publicado em 1 de maio de 2019 às 09h59.

Londres - O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, foi condenado nesta quarta-feira a 50 semanas de prisão, o equivalente a pouco menos de um ano, por um tribunal londrino por ter violado em 2012 as condições de liberdade condicional impostas pela Justiça do Reino Unido sobre uma ordem de extradição à Suécia.

O australiano, de 47 anos, se apresentou na corte de Southwark para conhecer a sentença, depois que outro tribunal britânico lhe declarou culpado dessa acusação no último dia 11 de abril, após ter sido detido na embaixada equatoriana em Londres, onde residiu como refugiado durante quase sete anos.

Este processo judicial corre paralelo a outro pedido de extradição do jornalista aos Estados Unidos.

"É difícil imaginar um exemplo mais grave deste crime", afirmou hoje durante a audiência a juíza Deborah Taylor, se dirigindo a Assange.

Ao informar sua resolução, a magistrada acrescentou que "ao esconder-se na embaixada", em 19 de junho de 2012, Assange tinha saído do alcance da Justiça de maneira deliberada, ao mesmo tempo em que permanecia no Reino Unido.

Com isso, a juíza considerou que este tinha "explorado sua posição privilegiada para descumprir a lei".

Durante a audiência foi lida uma carta escrita por Assange, na qual o jornalista pede "desculpas sem reservas" àquelas pessoas que consideram que foram desrespeitadas pela maneira como conduziu seu caso.

"Estava em apuros com circunstâncias difíceis. Fiz o que naquele momento me pareceu que era o melhor ou talvez a única coisa que poderia ter feito", se justifica Assange na carta, na qual admite que "lamenta o curso que a situação tomou".

Por sua parte, o advogado que representa o fundador de WikiLeaks, Mark Summers, ressaltou que durante os últimos anos seu cliente tinha sido "controlado pelo temor" de ser entregue aos Estados Unidos, onde querem julgá-lo pelos milhares de documentos confidenciais divulgados pelo seu portal.

No último dia 11 de abril, um juiz britânico declarou Assange culpado por não ter se apresentado à Justiça há sete anos, quando devia responder por crimes sexuais supostamente cometidos em Estocolmo.

O ativista foi detido à força por agentes britânicos nesse mesmo dia, pouco depois que o governo equatoriano de Lenín Moreno pôs fim ao asilo diplomático que lhe tinha sido concedido em 2012 por Rafael Correa.

Em paralelo, a expectativa é que Assange compareça amanhã diante da Corte de Magistrados de Westminster (Londres), desta vez por videoconferência da prisão de Belmarsh, para iniciar o processo sobre sua extradição aos Estados Unidos.

Washington reivindica o hacker australiano pelos milhares de documentos secretos revelados pelo WikiLeaks e lhe acusa de crimes que podem acarretar até cinco anos de prisão.

Acompanhe tudo sobre:Julian AssangeReino UnidoWikiLeaks

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru