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Assange teme EUA e diz que vai ficar em embaixada

Fundador do WikiLeaks diz que não vai deixar o refúgio na embaixada do Equador mesmo se a Suécia desistir de levar adiante as acusações

Fundador do WikiLeaks Julian Assange acena da janela com o chanceler do Equador, Ricardo Patiño, na embaixada do país, em Londres (Chris Helgren/Reuters)

Fundador do WikiLeaks Julian Assange acena da janela com o chanceler do Equador, Ricardo Patiño, na embaixada do país, em Londres (Chris Helgren/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2013 às 10h07.

Londres - O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, diz que não vai deixar o refúgio na embaixada do Equador em Londres, mesmo se a Suécia desistir de levar adiante as acusações de agressão sexual contra ele, pois teme ser preso por ordem dos Estados Unidos.

Em entrevista à Reuters e outros meios de comunicação para marcar o primeiro aniversário de seu refúgio no apertado prédio diplomático, Assange disse ainda ter esperanças de que poderia sair, mas deu poucas evidências de que buscaria por um novo abrigo em breve.

"Eu não diria que eu não deixaria", disse ele. "(Mas) os meus advogados aconselharam-me que eu não deveria deixar a embaixada por causa do risco de detenção e extradição para os Estados Unidos." Quando perguntado se permaneceria no prédio mesmo se a Suécia abandonasse a investigação contra ele, Assange disse: "Isso está correto".

Assange escolheu suas palavras com cuidado na entrevista, que foi realizada sob embargo na sexta-feira passada. Em uma discussão ampla por trás de cortinas brancas fechadas, Assange saudou como herói Edward Snowden, um ex-prestador de serviço da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) que fez revelações sobre os programas de vigilância dos EUA.

Ele também protestou contra os Estados Unidos, Grã-Bretanha e sua nativa Austrália, e falou sobre seu caso com conhecimento jurídico.

Assange, de 41 anos, refugiou-se na embaixada do Equador em junho passado para evitar a extradição para a Suécia, que busca interrogá-lo sobre as acusações de agressão sexual e estupro, o que ele nega.

Ele diz não querer responder às acusações em pessoa porque acredita que a Suécia iria entregá-lo às autoridades norte-americanas, que iriam julgá-lo por facilitar um dos maiores vazamentos de informação da história dos EUA.

O WikiLeaks começou a divulgar milhares de documentos confidenciais dos Estados Unidos na Internet em 2010, envergonhando os Estados Unidos e, de acordo com alguns críticos, colocando sua segurança nacional e as vidas de pessoas em risco.

A julgamento militar de Bradley Manning, o soldado dos EUA acusado de fornecer os documentos secretos ao WikiLeaks, está em curso no Estado de Maryland.

O Equador concedeu asilo político a Assange, mas a Grã-Bretanha deixou claro que ele será preso caso tente sair do edifício, fortemente vigiado pela polícia.

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