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Assange denuncia estar sofrendo 'uma situação orwelliana'

Segundo o fundador do WikiLeaks, prisão domiciliar e perseguição lembram regime totalitário que aparece no livro "1984"

Julian Assange, fundador do WikiLeaks: "estou sendo vigiado de forma permanente" (Paul Hackett/REUTERS)

Julian Assange, fundador do WikiLeaks: "estou sendo vigiado de forma permanente" (Paul Hackett/REUTERS)

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Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2011 às 07h33.

Paris - O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, denunciou uma campanha das autoridades americanas para recolher informações e lançar um procedimento judicial contra ele, e considerou que sua prisão domiciliar em uma área rural da Inglaterra é "uma situação orwelliana".

A expressão retrata o cotidiano de um regime político totalitário que aparece na obra "Mil Novecentos e Oitenta e Quatro", de George Orwell.

"Estou sendo vigiado de forma permanente", queixou-se Assange em entrevista publicada nesta terça-feira pela emissora "France Info", embora tenha reconhecido estar "acostumado a este tipo de pressão, mas a situação atual é talvez a mais dramática que vivi até agora", disse.

Em todo caso, garantiu que "aconteça o que acontecer, seguiremos. O número de publicações diárias se intensificou nos últimos tempos e vai seguir aumentando".

Assange disse sentir-se respaldado porque no mundo todo "nossos simpatizantes e nossos defensores continuam lutando por nós".

"Não sou o único ameaçado, todos os membros de nossa equipe estão", comentou e referiu-se ao caso de um jovem analista em prisão há 230 dias na Virgínia à espera de um processo contra ele na Justiça americana.

O fundador do Wikileaks, que a Suécia pretende extraditar a partir do Reino Unido para julgá-lo por delitos sexuais, criticou que as autoridades americanas estejam tratando de reunir informações de seus seguidores no Twitter sobre ele mesmo e sobre outras pessoas envolvidas na difusão de um vídeo sobre a morte de 20 pessoas, incluindo dois jornalistas da Reuters, em Bagdá em 2007.

"Trata-se de uma tentativa evidente destinada a forçar as pessoas a darem informações para lançar procedimentos judiciais contra mim e contra minha equipe", indicou antes de acrescentar que o propósito de Washington é extraditá-lo e que para isso recorreu à espionagem.

Assange, que vive em uma residência rural a 200 quilômetros de Londres, deve comparecer nesta terça-feira na capital britânica diante da justiça britânica, que impôs um controle diário na delegacia de Polícia de Beccles.

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