Julian Assange se mostrou confiante de que o país sul-americano lhe concederá asilo político (Dan Kitwood/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de junho de 2012 às 10h02.
Sydney - O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, refugiado na embaixada do Equador em Londres desde terça-feira, indicou em entrevista ao canal australiano ABC que não sabe por quanto tempo permanecerá nessa legação diplomática e se mostrou confiante de que o país sul-americano lhe concederá asilo político.
Após perder a batalha legal no Reino Unido, que em 30 de maio deu sinal verde à entrega de Assange às autoridades da Suécia, onde é reclamado por um caso de assédio sexual e estupro contra duas mulheres, o australiano violou sua prisão domiciliar ao passar a noite na embaixada.
O jornalista assinalou que acudiu à embaixada do Equador porque acredita que eles "simpatizam com minha luta e com a luta da organização contra os Estados Unidos', além de considerar que a possibilidade de viver no país sul-americano 'é melhor que estar atrás das grades".
Na quarta-feira, o vice-ministro das Relações Exteriores equatoriano, Marco Albuja, disse à 'ABC' que Quito decidiria em 24 horas se aceitaria a solicitação de asilo de Assange, embora, um dia depois, fontes do Governo equatoriano tenham comentado à emissora australiana que o presidente, Rafael Correa, usaria todo o tempo necessário para estudar o caso.
Na entrevista, Assange arremeteu contra o Governo da Austrália por tê-lo abandonado à própria sorte, já que a extradição à Suécia abriria a possibilidade de os EUA o reclamarem para processá-lo em seu território, onde poderia até ser condenado à morte.
O governo de Canberra, por sua vez, assegura que ofereceu mais ajuda a Assange que a qualquer outro cidadão do país.
No entanto, o jornalista australiano afirma que desde 2010 não se reuniu com nenhum funcionário do país e que a ajuda consular se limitou a mensagens de texto no qual perguntavam 'se eu tinha alguma preocupação'.
Assange, de 40 anos, foi detido em dezembro de 2010 em Londres sob ordem de detenção ditada pela Suécia, embora ele assegure ser inocente e denuncie um complô para silenciá-lo.
O site WikiLeaks divulgou desde 2010 milhares de documentos diplomáticos confidenciais que davam conta de métodos e práticas questionáveis de muitos Governos, citando especialmente os Estados Unidos.