Presidente da França, François Hollande (Enrique de la Osa/Reuters)
Da Redação
Publicado em 28 de setembro de 2015 às 16h28.
O presidente da França, François Hollande, se mostrou aberto para discutir com toda a comunidade internacional nesta segunda-feira uma solução para a guerra na Síria, mas insistiu que o líder do país, Bashar al Assad, não pode fazer parte desse processo.
"Al Assad é a origem do problema, não pode ser parte da solução. Não se pode fazer as vítimas trabalharem ao lado dos carrascos", discursou Hollande na Assembleia Geral da ONU.
O líder francês criticou os "esforços diplomáticos" de alguns países para incluir o "ditador" em uma solução negociada para a crise e insistiu que a ameaça dos jihadistas do Estado Islâmico (EI) não pode ser utilizada como desculpa para manter o regime.
"Ainda hoje esse mesmo regime continua a atirar bombas sobre vilarejos civis inocentes", lembrou Hollande.
O presidente francês disse querer trabalhar com todos os agentes internacionais, sem "descartar a ninguém", e considerou que a ideia de formar uma "grande coalizão" para resolver a guerra é "possível", "desejável" e "necessária".
"Mas esta coalizão deve ter uma base clara ou nunca verá a luz", disse Hollande, que considerou que o eixo dessa resposta tem que ser o comunicado de Genebra selado há mais de três anos e que previa dar fim à violência com a formação de um governo de transição com elementos do regime e da oposição.
"Aí está a base. Vamos utilizá-la, para avançar", assinalou, ao insistir que Al Assad não pode estar nessa estrutura por ter responsabilidade na tragédia.
A França, que no último fim de semana anunciou seus primeiros ataques contra posições dos jihadistas do Estado Islâmico (EI) no leste da Síria, continuará a assumir "suas responsabilidades", garantiu Hollande.
O presidente francês também se referiu à crise dos refugiados e defendeu que a Europa "deve fazer seus deveres", lembrando que os vizinhos da Síria já demonstraram grande solidariedade.
"A Europa está fundada sobre valores e princípios, e o direito de asilo é parte deles", disse Hollande, que pediu a todo o mundo que preste assistência aos refugiados.