Crianças que nasceram no califado do Estado Islâmico na Síria (AFP/AFP)
EFE
Publicado em 17 de fevereiro de 2019 às 14h02.
Última atualização em 17 de fevereiro de 2019 às 14h02.
Cairo - O presidente da Síria, Bashar Al-Assad, avisou neste domingo aos grupos aliados dos EUA no país que Washington não vai protegê-los e que se transformarão em uma moeda de troca.
"Dizemos a estes grupos que confiam nos americanos que não vão protegê-los e que não vão colocá-los em seu coração (...) mas em seu bolso para que se transformem em um instrumento para trocá-los por dólares", indicou Assad, em aparente referência às Forças da Síria Democrática (FSD), uma aliança liderada por curdos.
Em discurso diante dos responsáveis dos conselhos locais do país, transmitido pela televisão estatal, Assad afirmou que "a maioria dos sírios nestas zonas está do lado do Estado".
No últimos meses, houve conversas entre o Governo sírio e as forças curdas, que controlam o nordeste e leste da Síria, para desenhar um "roteiro" e um diálogo amplo para acabar com o conflito entre ambas as partes.
As FSD, respaldadas por Washington, estão combatendo no último reduto do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) na Síria, em uma ofensiva que levaram em paralelo às tropas do Governo sírio e os seus aliados.
"Se não se prepararem para defender o país de vocês (...) não irão ser mais do que escravos do mundo Otomano", em alusão à Turquia, que respalda a oposição síria.
Estas declarações foram dadas dois meses depois do anúncio do presidente americano, Donald Trump, de que irá retirar suas tropas da Síria, que combatem no marco da coalizão internacional e com o apoio das milícias curdo-sírias.
A partida dos militares preocupa tais milícias, que temem que os jihadistas voltem a ressurgir no terreno.