Joerg Asmussen: o BCE precisa se preparar "intelectualmente" para uma saída da política acomodatícia, segundo a autoridade (Sean Gallup/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 26 de setembro de 2013 às 09h06.
Berlim - Ainda é muito cedo para uma saída da política monetária expansionista pelo Banco Central Europeu (BCE), afirmou Jörg Asmussen, membro do conselho executivo da instituição. Ao mesmo tempo, o representante da Alemanha no conselho pediu uma coordenação global de políticas monetárias, tendo em vista que as decisões de bancos centrais individuais afetam outras regiões.
"Não vemos pressão da inflação" na zona do euro, afirmou Asmussen em discurso durante um evento organizado pela Câmara Americana de Comércio em Berlim. "As expectativas de inflação de longo prazo estão firmemente ancoradas", destacou. "Hoje estamos em uma situação em que temos uma política monetária expansionista que continuará assim enquanto for necessário", defendeu Asmussen, acrescentando que a zona do euro está em uma situação diferente dos EUA.
De todo modo, o BCE precisa se preparar "intelectualmente" para uma saída da política acomodatícia, segundo a autoridade. "A saída não é uma questão de meios técnicos, mas uma questão de vontade", disse. "O que com certeza vamos precisar é de uma comunicação muito clara para que os participantes do mercado não sejam surpreendidos."
Além disso, Asmussen acredita que é preciso uma coordenação global. "Nós sabemos que existem efeitos colaterais, impacto da política de um banco central sobre outras zonas econômicas, e vamos precisar coordenar isso", argumentou. Asmussen observou que os bancos centrais já estão coordenando suas políticas monetárias dentro da estrutura do Banco para Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) e também nas reuniões do G-7 e do G-20.
O sistema financeiro global se tornou "no geral mais robusto", comentou Asmussen, destacando, porém, que "ainda não estamos onde deveríamos" - em um pedido por mais reformas nos mercados financeiros. A autoridade do BCE chamou atenção também para o retorno da confiança dos investidores na zona do euro, como, por exemplo, pela compra de bônus de longo prazo de países da chamada periferia da zona do euro por investidores dos EUA. Fonte: Market News International.