Mundo

Asiáticos lideram ranking do ensino

Cerca de 510.000 alunos dos 34 países da OCDE e 31 países e territórios associados passam a cada três anos por estas provas

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2013 às 15h00.

Londres - Os estudantes do ensino médio de cinco territórios asiáticos lideram os resultados do relatório Pisa publicado nesta terça-feira, que avalia os conhecimentos em matemática, ciências e leitura no ensino médio, e no qual os brasileiros apresentam uma melhora, ainda que com resultados inferiores à média.

Os jovens de Xangai (613 pontos), Cingapura, Hong Kong, Taiwan e Coreia do Sul são, nesta ordem, os que apresentam melhores resultados no relatório do Programa para a Avaliação Internacional de Alunos (Pisa, em inglês), realizado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE).

Macau, Japão, Liechtenstein, Suíça e Holanda completam a classificação dos dez melhores.

Cerca de 510.000 alunos dos 34 países da OCDE e 31 países e territórios associados passam a cada três anos por estas provas, que servem para elaborar o relatório. Os resultados atuais se referem a provas realizadas em 2012 por estudantes de 15 anos e 3 meses a 16 anos e 2 meses.

A Espanha aparece na 33ª posição, com 483 pontos, abaixo dos 494 pontos da média da OCDE.

O primeiro dos países latino-americanos avaliados é o Chile (51º, com 423 pontos), seguido de México (53º, 413), Uruguai (54º, 409), Costa Rica (55º, 407), Brasil (56º, 391), Argentina (57º, 388 pontos), Colômbia (58º, 376) e Peru (59º, 368).

Uma das chaves dos bons resultados de Xangai ou Cingapura "é que a maioria das crianças interiorizou que seu rendimento na escola terá muita influência no futuro", explicou em Londres Andreas Schleicher, funcionário de alto escalão da OCDE.


O relatório sustenta que "mimar os estudantes que têm melhor rendimento e tentar melhorar os rendimentos baixos não são coisas mutuamente excludentes".

Entre os países que conseguiram as duas coisas nos últimos três anos estão Itália, Polônia e Catar, em ciências, Albânia e Israel, em leitura, e Itália e Portugal, em matemática.

"Em muitos países e economias, apenas uma pequena parcela de estudantes alcança os níveis mais altos (...) Cuidar da excelência em matemática, leitura ou ciências é crucial para o desenvolvimento de um país porque estes estudantes estarão na vanguarda de uma economia mundial competitiva, baseada no conhecimento", afirma o relatório.

Brasil e México estão entre os seis países cujos alunos melhoraram em matemática ininterruptamente a cada ano desde 2003, com os brasileiros apresentando o crescimento mais alto entre todos os países.

"Apesar de o rendimento do Brasil estar abaixo da média da OCDE, sua média na matemática melhorou de 356 a 391 pontos, o que o converte no país com os maiores avanços desde 2003", indica o relatório.

"O clima disciplinar nas escolas do Brasil foi melhor em 2012 que em 2003, e as escolas foram capazes de reter professores qualificados mais facilmente", acrescenta.

O relatório também destaca melhorias significativas no Brasil envolvendo leitura e ciências, apesar de os resultados ficarem igualmente abaixo da média dos 32 países membros da OCDE.


O estudo destacou, além disso, que o Brasil ampliou a matrícula em suas escolas primárias e secundárias entre 2003 e 2012, e deu particular importância ao crescimento de 65% a 78% entre 2003 e 2012 da matrícula de jovens de 15 anos.

"Em 2003, 35% dos jovens de 15 anos não estavam matriculados na escola no sétimo ano ou mais. Para 2012, esta porcentagem se reduziu para 22%", indica.

No entanto, o Pisa enfatiza que "o nível de repetição de ano é ainda muito extenso no Brasil, repercute negativamente nos resultados na matemática e é mais notável entre os estudantes mais desfavorecidos".

Em geral, o relatório reconhece diferenças de rendimento entre estudantes ricos e pobres.

"Em toda a OCDE, o estudante de um meio socioeconômico abastado obtém 39 pontos a mais em matemática - o equivalente a um ano de escolarização - que o menos abastado", constata o relatório, avaliando em 6% o número de alunos pobres que conseguem romper com esta estatística e superar as expectativas.

A proporção de imigrantes nas escolas dos países da OCDE aumentou de 9% em 2003 a 12% em 2012, mas o estudo revela que, contra o que costuma se afirmar, "a concentração de estudantes imigrantes não está vinculada, em si mesma, a resultados ruins".

Embora a maioria dos países estudados tentem fornecer mais professores às escolas em zonas mais pobres, o problema é que estas escolas têm mais dificuldades para reter os bons professores, "de modo que muitos de seus alunos enfrentam o duplo problema de vir de um meio desfavorecido e frequentar uma escola com recursos de menor qualidade".

O relatório revela que meninos e meninas apresentam resultados similares em ciência, mas a distância entre gêneros se ampliou a favor das mulheres em leitura e dos homens em matemática.

O estudo também aponta um vínculo entre os resultados e a pontualidade dos alunos.

Assim, em Uruguai, Bulgária, Costa Rica, Letônia, Suécia, Portugal, Israel, Chile, Peru e Tunísia, de 50% a 60% dos estudantes chegaram tarde ao menos uma vez nas duas semanas anteriores às avaliações PISA, um número que, no caso dos alunos de Hong Kong, Xangai, Vietnã e Liechtenstein, variou de 15% a 19%, e no Japão foi de apenas 9%.

Finalmente, o relatório revela que os estudantes que frequentaram a pré-escola por mais de um ano obtêm em média 53 pontos a mais em matemática em comparação com os que não a frequentaram.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEducaçãoEnsino público

Mais de Mundo

Incêndio atinge hospital e mata 10 recém-nascidos na Índia

Irã nega encontro entre embaixador e Elon Musk

Tiro atinge avião da Southwest Airlines nos Estados Unidos

Argentina registra décimo mês consecutivo de superávit primário em outubro