Joe Biden, presidente dos Estados Unidos (Eros Hoagland/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 12 de junho de 2024 às 15h31.
Às vésperas da cúpula do G7 na Itália, os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira uma série de sanções contra mais de 300 entidades, como a Bolsa de Moscou, com o objetivo de frear a guerra na Ucrânia e pressionar as instituições financeiras que mantêm negócios com a Rússia.
"As ações de hoje afetam as vias que lhes restam [à Rússia] para obter materiais e equipamentos internacionais, incluindo sua dependência de suprimentos essenciais de países terceiros", declarou a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, em comunicado sobre as novas medidas.
"Aumentamos o risco para as instituições financeiras que tratam com a economia de guerra da Rússia, eliminamos as possibilidades de evasão, e diminuímos a capacidade da Rússia de se beneficiar do acesso à tecnologia, equipamentos, software e serviços informáticos estrangeiros", acrescentou.
As medidas de Washington afetam entidades localizadas na Rússia e em países como China, Turquia e Emirados Árabes Unidos.
Entre elas destaca-se a Bolsa de Moscou e várias filiais, com o objetivo de dificultar transações no valor de bilhões de dólares, assim como entidades envolvidas em três projetos de gás natural liquefeito.
Além disso, o Departamento do Tesouro americano ampliou sua definição do complexo "militar-industrial" russo. Atualmente, os bancos estrangeiros podem ser sancionados por apoiar a indústria de defesa russa, mas também serão punidos se realizarem transações com pessoas e entidades russas que já foram alvo de sanções americanas. Desta forma, a lista aumenta de mais de mil para cerca de 4.500.
Esta nova rodada de sanções diz respeito a redes transnacionais e afeta mais de 90 indivíduos e entidades a nível internacional, informou o Tesouro. Os Estados Unidos consideram que os bens e serviços dessas redes estrangeiras ajudam a Rússia na guerra na Ucrânia.
O anúncio das sanções foi feito na véspera da cúpula do G7, que ocorrerá quinta e sexta-feira na Itália, durante a qual o presidente americano, Joe Biden, repetirá que "o tempo não está ao lado" do mandatário russo, Vladimir Putin, segundo um porta-voz da Casa Branca.
A cúpula também será uma oportunidade para anunciar "novas sanções e medidas de restrição às exportações", acrescentou a fonte.
A Casa Branca também anunciou que Biden e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinarão um acordo de segurança bilateral durante a cúpula do G7.
— Amanhã [quinta-feira], o presidente Biden e o presidente Zelensky se sentarão para discutir nosso apoio determinado à Ucrânia agora e no futuro — disse o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, a repórteres que viajaram com Biden para a Itália nesta quarta-feira. — Após a reunião, os líderes assinarão um acordo de segurança bilateral para deixar claro que nosso apoio perdurará por muito tempo no futuro.
O acordo não incluiria nenhum compromisso de envolver as forças dos EUA no conflito, mas incluiria armas e assistência para a Ucrânia, que Washington tem apoiado desde a invasão russa em 2022, disse Sullivan.
— Qualquer paz duradoura na Ucrânia tem que estar sob sua própria capacidade de se defender — disse o conselheiro.