Saúde: o problema de coesão resiste nos moderados, que têm receio de aprovar uma lei que poderia deixar seus eleitores à mercê da própria sorte (Kevin Lamarque/File Photo/Reuters)
Da Redação
Publicado em 30 de junho de 2017 às 06h31.
Última atualização em 30 de junho de 2017 às 08h03.
Nos Estados Unidos, o Partido Republicano está em uma missão para acabar com o programa de acesso à saúde conhecido como Obamacare.
A gana de aprovar um projeto de lei substitutivo deve ter seu novo capítulo hoje, com os senadores do partido tentando apresentar uma nova versão da lei nesta sexta-feira, antes do recesso de 4 de julho, quando acontece o feriado da independência americana.
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A pauta está em um vaivém desde o início da semana, após ter sido revelada no final de semana passada.
Desde o início, os republicanos, que têm maioria no Senado com 52 cadeiras do total de 100, lutam para conseguir as diferentes alas do partido em torno do texto.
Mas o problema de coesão resiste nos moderados, que têm receio de aprovar uma lei que poderia deixar seus eleitores à mercê da própria sorte diante dos altos custos de saúde nos Estados Unidos.
O projeto republicano parecia enterrado quando o Comitê Orçamentário do Congresso divulgou dados dizendo que cerca de 22 milhões de americanos perderiam o benefício nos próximos 10 anos caso a lei fosse aprovada como estava.
Além dos 5 votos que estavam pendentes, outros parlamentares se juntaram à lista dos que se opunham à pauta.
A proposta original republicana foi tão contestada que nem mesmo veículos de mídia e blogs tradicionalmente republicanos e conservadores aprovaram a pauta.
Na tentativa de manter o estandarte do combate ao Obamacare de pé, os senadores, liderados por Mitch McConnell, líder republicano no Senado, cogitam manter os impostos sobre a renda em investimento da lei original, além de outras medidas populares como manter o auxílio no combate ao vício em ópio ou poupanças para despesas médicas livres de impostos.
Se por um lado, manter certos impostos da lei original pode trazer benefícios para atrair mais nomes para a causa, como um adicional de 172 bilhões de dólares que o partido possa usar para subsidiar os mais pobres; por outro pode ser uma faca de dois gumes.
A manutenção das taxas faria mais difícil suportar a ideia de uma reforma tarifária, que pende na pauta do partido e do presidente, Donald Trump, para o segundo semestre, além de afugentar os parlamentares mais conservadores, avesso ao excesso de impostos e que argumentam que taxar investimentos é nocivo ao desenvolvimento econômico. A sexta-feira será longa para os republicanos resolverem seus impasses.