Eleitores americanos vão às urnas escolher o próximo presidente do país (Darren McCollester/Getty Images)
Gabriela Ruic
Publicado em 8 de novembro de 2016 às 13h19.
São Paulo – Os americanos vão às urnas nesta terça-feira, 8 de novembro, definir quem será o próximo presidente dos Estados Unidos. Estima-se que 120 milhões de pessoas compareçam aos locais de votação e que o resultado seja conhecido na madrugada do dia 9 de novembro (horário de Brasília).
Os principais candidatos são a democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump. As pesquisas de intenção de voto, até o momento, mostram quão imprevisível vem sendo a disputa. No que diz respeito aos votos dos Colégios Eleitorais, tampouco o cenário está definido, uma vez que estados-chave como Flórida e Ohio podem trazer resultados surpreendentes.
Uma coisa, no entanto, é certa: as preocupações da população americana. Pois, uma pesquisa conduzida pelo Pew Research Center revelou quais são as questões mais importantes a serem resolvidas, na visão dos eleitores.
Em primeiro lugar na cabeça dessas pessoas é o cenário econômico.
Pudera: o país vem conseguindo se recuperar do furacão causado pela crise de 2008, mas essa recuperação não atingiu a todos. Quanto desemprego, os Estados Unidos finalmente conseguiram retornar aos níveis registrados pré-crise, e a renda dos americanos cresceu 2,8% nos últimos meses. Ou seja, não há espaços para uma má condução das políticas econômicas.
De acordo com a consulta, 84% dos entrevistados classificaram esse tema como sendo “o mais importante” na hora de definir em quem votarão. Segundo a análise, tanto os eleitores de Hillary quanto de Trump avaliaram a economia dessa maneira, mas 48% dessas pessoas acham que o republicano conseguirá melhorar o cenário econômico do país.
Os eleitores democratas e republicanos também concordam que o terrorismo é outra grande preocupação. O tema foi mencionado por 80% dos entrevistados. No entanto, nesse ponto, 48% dos entrevistados crê que o empresário fará um trabalho melhor em prevenir novos ataques que a ex-secretária de Estado de Obama.
Esse é um tema sensível para os americanos há décadas, mas que oferece poucos sinais de que deixará de ser uma ameaça no futuro, ainda mais quando se consideram as turbulências no Oriente Médio, Ásia e África. Isso sem falar no fenômeno do jihadismo que se espalhou pelo mundo e deu origem aos chamados lobos solitários, pessoas que conduzem ataques em nome de organizações terroristas, tendo ligação comprovada com uma delas ou não.
A política externa vem em terceiro lugar, citada como uma questão “muito importante” na hora de decidir o voto por 75% dos entrevistados pela entidade. Curiosamente, neste ponto, a maioria dos eleitores concorda que Hillary conseguiria conduzir a política externa dos Estados Unidos com mais sabedoria que o magnata.
O sistema de saúde aparece em seguida, mencionado como uma grande preocupação por 74% dos entrevistados.
A saúde pública do país passou por uma revolução nos últimos anos, após a aprovação da medida chamada Obamacare, que ampliou o acesso à planos de saúde aos cidadãos americanos. Hoje, no entanto, o debate está centrado em torno da expansão das coberturas, no caso de Hillary, e a sua revogação, por parte de Trump.
Em seguida na mente dos americanos, políticas para armas. Massacres com armas de fogo são comuns nos Estados Unidos e o país há anos vive um intenso debate acerca do tema. Os principais pontos estão em torno de um possível enrijecimento nas regras para aquisição de armas de fogo e a proibição de aquisição de certos tipos.
Neste ponto, nenhum dos candidatos tem posicionamentos que agradam a maioria dos eleitores: 46% preferem a proposta regulatória de Hillary, enquanto 45% defendem Trump, que é contra quaisquer reformas sobre o tema.