Dólar americano sobre outras moedas estrangeiras (Luis Robayo/AFP)
Publicado em 29 de janeiro de 2025 às 10h45.
A valorização de uma moeda reflete a estabilidade econômica de um país, suas reservas de recursos naturais, a política monetária adotada e a confiança do mercado financeiro global. Em 2025, o ranking das moedas mais fortes do mundo continua liderado por países do Oriente Médio e economias desenvolvidas que mantêm uma gestão fiscal rigorosa.
As moedas mais fortes do mundo refletem a estabilidade econômica de seus países, a presença de recursos naturais e políticas monetárias eficazes. O dinar kuwaitiano continua no topo, impulsionado pelo petróleo, enquanto o franco suíço e a libra esterlina permanecem relevantes devido à confiança dos investidores.
A valorização de uma moeda pode ser benéfica para o poder de compra da população e para importações, mas pode afetar a competitividade das exportações. Por isso, os países adotam diferentes estratégias para equilibrar seus câmbios e manter a força econômica.
Confira quais são as dez moedas mais valorizadas do mundo e os fatores que sustentam sua força, de acordo com dados do site Investopedia.
O dinar do Kuwait se mantém como a moeda mais forte do mundo, cotado a aproximadamente US$ 3,24. A economia kuwaitiana é altamente dependente da exportação de petróleo, que representa cerca de 90% das receitas governamentais e 40% do PIB do país. Com uma das maiores reservas de petróleo do mundo, o Kuwait mantém um superávit comercial elevado e uma política monetária estável, garantindo a força do dinar.
O país adota um regime de câmbio controlado pelo Banco Central do Kuwait, que ajusta a taxa da moeda de acordo com uma cesta de divisas internacionais, assegurando sua valorização. Além disso, a política de investimentos estrangeiros seletivos fortalece sua economia.
A moeda do Bahrein é a segunda mais valorizada globalmente, valendo cerca de US$ 2,65. O país, uma pequena ilha no Golfo Pérsico, tem uma economia diversificada em comparação com outros vizinhos petrolíferos. Além do setor de petróleo e gás, que ainda responde por 70% das receitas governamentais, o Bahrein tem um setor financeiro robusto, atraindo investidores internacionais devido a seus baixos impostos e infraestrutura desenvolvida.
O governo bareinita mantém um câmbio fixo do dinar em relação ao dólar americano desde 1980, garantindo estabilidade à moeda. Programas de investimento em tecnologia e turismo também impulsionam sua economia.
Com um valor de aproximadamente US$ 2,59, o rial de Omã ocupa a terceira posição no ranking. O país tem uma das economias mais estáveis do Oriente Médio, impulsionada pelo petróleo, que representa 75% das exportações e cerca de 60% do PIB. No entanto, Omã vem implementando um plano de diversificação econômica chamado Visão 2040, que busca reduzir a dependência do petróleo e fortalecer setores como turismo, manufatura e logística.
O Banco Central de Omã mantém o rial atrelado ao dólar americano desde 1986, o que contribui para sua valorização. O governo investe em infraestrutura e incentivos para atrair empresas estrangeiras, tornando sua economia mais resiliente.
O dinar jordaniano mantém uma cotação estável de US$ 1,41, apesar de a Jordânia não possuir grandes reservas de petróleo. A economia do país depende principalmente de turismo, remessas de trabalhadores no exterior e da indústria farmacêutica.
Para garantir a estabilidade do dinar, o Banco Central da Jordânia mantém um câmbio fixo em relação ao dólar desde 1995. Além disso, o país recebe ajuda financeira de organismos internacionais e países vizinhos, fortalecendo sua moeda. O governo também investe em startups de tecnologia e educação para impulsionar o crescimento econômico.
A moeda do Reino Unido, cotada a cerca de US$ 1,23, é uma das mais fortes devido à economia diversificada e ao peso global de Londres como centro financeiro. O Reino Unido tem um setor de serviços altamente desenvolvido, representando 80% do PIB, com destaque para bancos, seguradoras e consultorias financeiras.
O país também se beneficia de um mercado de capitais robusto, exportações de tecnologia e uma indústria farmacêutica de ponta. A volatilidade da libra foi impactada pelo Brexit, mas a política monetária do Banco da Inglaterra ajudou a manter sua estabilidade.
A libra de Gibraltar tem paridade com a libra esterlina, sendo igualmente cotada a US$ 1,23. Apesar de ser um território britânico, Gibraltar tem uma economia independente, focada em serviços financeiros, turismo e apostas online.
Sua localização estratégica próxima à Espanha favorece o comércio e o setor logístico, garantindo um fluxo contínuo de capital e a valorização da moeda. O governo de Gibraltar também adota uma política fiscal competitiva, atraindo empresas internacionais.
O dólar das Ilhas Cayman é cotado a aproximadamente US$ 1,20, sendo amplamente utilizado no setor financeiro do país. As Ilhas Cayman são um dos principais centros offshore do mundo, atraindo bancos e investidores internacionais devido à ausência de impostos diretos.
O turismo de luxo e o mercado imobiliário também desempenham papel importante na economia local, garantindo um fluxo constante de divisas estrangeiras. A política monetária das Ilhas Cayman mantém o câmbio fixo em relação ao dólar americano, proporcionando estabilidade.
O franco suíço, valendo cerca de US$ 1,10, é reconhecido como um porto seguro para investidores em tempos de incerteza econômica. A Suíça tem uma economia baseada em serviços financeiros, tecnologia e indústria farmacêutica.
O país é sede de multinacionais como Nestlé, Roche e Novartis, além de bancos renomados, garantindo um fluxo contínuo de investimentos estrangeiros. O Banco Nacional Suíço adota uma política monetária conservadora, mantendo a força do franco.
A moeda da União Europeia é cotada a aproximadamente US$ 1,05 e utilizada por 20 países. O euro é a segunda moeda de reserva mais importante do mundo, atrás apenas do dólar americano.
A força do euro vem da solidez econômica de países como Alemanha, França e Holanda, que possuem indústrias poderosas nos setores automobilístico, aeroespacial e químico. No entanto, a moeda pode sofrer variações devido a crises políticas e instabilidade em alguns países-membros.
O dólar americano, apesar de ser a moeda mais usada no comércio internacional, ocupa a décima posição no ranking em valor nominal. No entanto, continua sendo a principal moeda de reserva do mundo, representando 60% das reservas globais dos bancos centrais.
A economia dos EUA é a maior do mundo, impulsionada por setores como tecnologia, finanças, manufatura e exportação de petróleo e gás. O Federal Reserve (Banco Central dos EUA) tem grande influência sobre a política monetária global, e qualquer ajuste nas taxas de juros pode impactar mercados ao redor do mundo.